Deputadas que denunciaram Sheherazade dizem ter recebido ameaças de morte e estupro

Jandira Feghali e Manuela D`Ávila, ambas do PCdoB, receberam ameaças por e-mail e pelas redes sociais

Por Rede Brasil Atual
Sexta-feira, 11 de abril de 2014


São Paulo – A deputada federal Jandira Feghali, do PCdoB do Rio de Janeiro, pediu à Polícia Federal que investigue as ameaças de morte e estupro que ela e Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) receberam nos últimos dias por e-mail e redes sociais. Segundo Jandira, que é líder do partido na Câmara, as duas se tornaram alvo de mensagens de ódio por conta da ação que moveram contra a jornalista Rachel Sheherazade, que defendeu, ao vivo, em comentário durante o Jornal do SBT, a ação de justiceiros que estavam caçando jovens negros acusados de pequenos crimes para puni-los com espancamentos e humilhações públicas. O comentário ocorreu após o jornal veicular matéria sobre jovem que foi agredido, desnudado e amarrado pelo pescoço em um poste no Rio de Janeiro.

A representação encaminhada à Procuradoria-Geral da República pede a abertura de inquérito contra a jornalista por apologia ao crime. A deputada também pediu a suspensão da verba publicitária que o governo federal destina à emissora de Silvio Santos. Apesar de a maioria das mensagens ameaçadoras ser anônima, segundo nota da liderança do PCdoB, é possível constatar que várias delas saíram do mesmo computador.

Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), deputado federal e delegado licenciado da PF, e Manuela também denunciaram ameaças sofridas por conta de outros casos: Queiroz, por conta da atuação à frente da Operação Satiagraha, de 2007, e Manuela por conta da adesão à campanha #eunãomereçoserestuprada. Os pedidos de investigação foram recebidos pelo delegado Hellan Wesley Almeida.

No Twitter, Jandira disse que os parlamentares do PCdoB são vítimas de pessoas que não aprenderam a enfrentar o debate. “As trajetórias políticas dos parlamentares do PCdoB não podem ser desvirtuadas por um grupo que não consegue enfrentar o debate de ideias”, publicou a deputada. Ela ressaltou que a Constituição garante a liberdade de expressão, mas veda o anonimato. “Os anônimos que aqui se perpetuam na base da mentira e do ódio serão investigados e responderão na Justiça por seus feitos”, acrescentou.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ver "com muita preocupação o caso" da jornalista do SBT. Segundo ele, é preciso tomar cuidado para não incorrer em censura aos veículos de comunicação, mas também é necessário deixar claro que incitação à violência é crime e, como tal, não se insere na liberdade de imprensa. "Incitação é crime e não se insere na liberdade de imprensa. A veiculação de práticas discriminatórias e de racismo, no meu entendimento, também não se insere na liberdade de imprensa", acrescentou o procurador-geral em entrevista Congresso em Foco.




Diretório Estadual de São Paulo do Partido dos Trabalhadores
Rua Abolição, 297, Bela Vista - 01319-010 - São Paulo - SP
Telefone (11) 2103-1313

Licença Creative Commons Esta obra foi licenciado sob CC-Attribution 3.0 Brazil.
Exceto especificado em contrário e conteúdos replicados.