Manifestação organizada pela CUT e demais centrais percorrerá trajeto de quatro quilômetros entre a Sé e av. Paulista, nesta quarta (9)

Presidentes da CUT e das demais centrais falarão aos trabalhadores em ato político na Praça da Sé, às 10h

Por CUT
Terça-feira, 8 de abril de 2014


Amanhã, quarta-feira (9), a partir das 10h, a CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT, CGTB, CTB, Força e NCTS realizam manifestação em defesa da pauta da classe trabalhadora (leia pauta completa abaixo). Em sua oitava edição, a marcha é ato unitário das centrais que neste ano será realizado em São Paulo. Em 2013, teve a participação de mais de 50 mil pessoas, em Brasília.

Trabalhadores e dirigentes sindicais vindos de todos os Estados brasileiros vão percorrer quatro quilômetros a partir da Praça da Sé, no Centro de São Paulo, até o vão livre do Masp, na avenida Paulista, ponto final do ato. A subida será feita pela av. Brigadeiro Luís Antonio. Vagner Freitas, presidente da CUT, e os presidentes das outras cinco centrais vão discursar na abertura (às 10h) e no encerramento da marcha (sem previsão), que será puxada por uma carreta de som de 70 toneladas. Outros cinco caminhões de som vão conduzir a manifestação.

Na coletiva de imprensa concedida na segunda (7) pelas centrais, o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, além de falar da importância da manifestação, explicou que foram tomadas todas as providências relativas a informação e impactos no trânsito junto aos órgãos competentes. “Historicamente, nenhuma luta, nenhuma conquista da classe trabalhadora foi feita nem obtida sem mobilização. Os trabalhadores e as trabalhadores sempre foram para as ruas reivindicar e defender seus direitos”, afirmou o dirigente. Na coletiva, foi divulgado documento conjunto das centrais que será entregue à presidenta Dilma Rousseff e às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado (leia integra do documento abaixo).

Pauta da marcha

Redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário
Manutenção da política de valorização do salário mínimo
Não ao Projeto de Lei 4330, da terceirização
Fim do fator previdenciário
10% do PIB para a educação
10% do Orçamento da União à saúde
Reforma agrária e agrícola
Pela Convenção 151 da OIT (Negociação coletiva no setor público)
Pela Convenção 158 da OIT
Igualdade de oportunidades e de salários entre homens e mulheres
Redução dos juros e do superávit primário
Correção e progressividade da tabela do Imposto de Renda
Transporte coletivo de qualidade
Fim dos leilões do petróleo
Valorização das aposentadorias

Íntegra do documento assinado pela CUT e demais centrais que será entregue à presidenta Dilma Rousseff ao Congresso Nacional

8ª marcha da classe trabalhadora por mais direitos e qualidade de vida - Pelo desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho


As Centrais Sindicais (CGTB, CUT, CTB, FS, NCST e UGT), reunidas em 15 de janeiro de 2014, na sede da CUT, em São Paulo, deliberaram unitariamente pela retomada da “Agenda da Classe Trabalhadora para um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Soberania, Democracia e Valorização do Trabalho”.

A retomada da luta pela implementação da “Agenda pelo Desenvolvimento” tem a finalidade de garantir um desenvolvimento sustentado, com geração de emprego de qualidade e distribuição da riqueza.

Crescer e distribuir renda é bandeira permanente do Movimento Sindical, cujas responsabilidades vão muito além do embate entre capital e trabalho no interior das empresas ou nas mesas de negociação. É necessário ganhar a confiança da população, se manifestar nas ruas, no Congresso Nacional e em qualquer lugar em que os interesses dos trabalhadores estiverem em discussão, contrapor-se, de forma categórica e veemente, às forças do retrocesso e mostrar a importância da participação popular nas discussões dos grandes temas nacionais.

Nós, trabalhadores e trabalhadoras, sempre denunciamos os vários problemas sociais e econômicos resultantes da implementação das políticas neoliberais e reconhecemos os avanços do processo recente de desconcentração de renda e de redução das desigualdades. Entretanto, entendemos que esse processo colocou novos desafios à sociedade brasileira, que vão desde o despreparo social e econômico para acolher esses indivíduos e famílias que finalmente penetraram no espaço dos direitos até as dificuldades de adequação da estrutura social, econômica e política para a continuidade do processo de desenvolvimento e desconcentração da riqueza do país.

O Brasil vive um momento de mudanças que, bem encaminhadas, podem garantir um novo ciclo desenvolvimentista. Os avanços registrados nos indicadores sociais e econômicos dos últimos anos revelam que é possível combinar crescimento econômico com desenvolvimento social. Contudo, permanecem ainda muitos problemas a enfrentar e uma enorme dívida social a ser superada.

No âmbito do mercado de trabalho, destacamos os baixos salários, a informalidade, a rotatividade da mão de obra e as discriminações, a falta da necessária regulamentação da Terceirização, para evitar a precarização da mão de obra, além da participação reduzida dos salários na renda nacional, que deve ser aumentada.

Além disso, a temerária opção recente pela elevação da taxa de juros como único instrumento de estabilização, permitindo brutal transferência de renda de toda a sociedade para os rentistas, comprometendo o setor produtivo e, no médio e longo prazos, o emprego e a renda, é inaceitável.

É essencial a consolidação da unidade da classe trabalhadora na luta política nacional. As Centrais Sindicais desempenham um grande papel neste sentido e a unidade de ação que construímos, calcada na mobilização dos trabalhadores e das entidades sindicais, nas Marchas da Classe Trabalhadora realizadas em Brasília, foi responsável por conquistas relevantes para o processo de mudança que almejamos.

Neste sentido, ratificamos nossa posição em favor das medidas necessárias para suplantar o atraso do passado e consolidar as bases para um novo ciclo de desenvolvimento, orientado pelos seguintes valores fundamentais: a democracia, a soberania do país e a valorização do trabalho. Lutamos para que a unidade de ação sindical repercuta no âmbito político e governamental, em que os trabalhadores, com sua agenda, tenham voz e vez.

Caminhar nessa direção requer uma política macroeconômica que tenha como pressuposto o crescimento sustentado a um ritmo compatível com as potencialidades, oportunidades e necessidades do país, o pleno emprego e a distribuição mais justa da riqueza e da renda produzida pelo trabalho.

Lutamos por um sistema de promoção e proteção social associado ao trabalho, que tenha na organização sindical um agente estratégico. Lutamos para fortalecer a presença e a representação das organizações sindicais no local de trabalho, para possibilitar a negociação coletiva no setor privado e público, garantir o direito de greve e a solução ágil dos conflitos, questões fundamentais à conquista de um sistema democrático de relações do trabalho. Lutamos para que 8 milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos tenham reconhecimento e valorização do seu trabalho e condições de igualdade de oportunidades.

É neste contexto de unidade de ação, e antecedendo as eleições presidenciais, que as Centrais Sindicais reapresentam, ao Governo, aos partidos e candidatos e a toda a sociedade brasileira, o conjunto de propostas contidas na “Agenda da Classe Trabalhadora”. Propostas que reafirmam nosso desejo de que o país trilhe o caminho do desenvolvimento. Propostas que garantam ao Estado brasileiro ampliar seu papel de indutor e promotor do desenvolvimento por meio da efetivação de reformas estruturais. Como parte destes objetivos, consideramos de fundamental importância a implementação das propostas que deram origem ao ato conjunto das Centrais Sindicais, a saber:

• Manutenção da política de valorização do Salário Mínimo;
• Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário;
• Fim do Fator Previdenciário;
• 10% do PIB para a Educação;
• 10% do Orçamento da União para a Saúde;
• Reforma Agrária e Agrícola;
• Regulamentação da Convenção 151 da OIT (Negociação Coletiva no Setor Público);
• Combate à demissão Imotivada, com a aprovação da Convenção 158 da OIT;
• Igualdade de oportunidades e de salários entre homens e mulheres;
• Valorização das aposentadorias;
• Redução dos juros e do superávit primário;
• Correção e progressividade da tabela do Imposto de Renda (IRPF);
• Não ao PL 4.330 da terceirização;
• Transporte público de qualidade;
• Fim dos leilões do petróleo

Serviço

Quando: 9 de abril, quarta-feira

Onde: 9h - concentração a partir das 9 horas, na Praça da Sé - SP
10h - Ato político com discurso dos presidentes das seis centrais, na Sé
11h - Início da subida para a av. Paulista pela av. Brigadeiro Luís Antonio

Encerramento da marcha será na avenida Paulista, em frente ao vão do Masp




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Telefone (11) 2103-1313

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