Centrais mudam lugar da Marcha da Classe Trabalhadora de Brasília para São Paulo

A primeira manifestação organizada pelas centrais neste ano terá pautas como a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim do fator previdenciário; a correção da tabela do Imposto de Renda e a valorização do salário mínimo

Por Agência Brasil
Segunda-feira, 7 de abril de 2014


As centrais sindicais farão a oitava edição da Marcha da Classe Trabalhadora na próxima quarta-feira (9), na capital paulista. A primeira manifestação organizada pelas centrais neste ano terá pautas como a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim do fator previdenciário; a correção da tabela do Imposto de Renda e a valorização do salário mínimo. O ato vai começar às 10h na Praça da Sé, no centro, e seguirá em direção à Avenida Paulista.

Em entrevista coletiva para a imprensa hoje (7), Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que o ato, feito tradicionalmente em Brasília, ocorrerá em São Paulo em razão do peso que a metrópole tem na economia do país. O objetivo das centrais, segundo ele, é reunir 50 mil pessoas.

Sérgio pediu aos jornalistas que as pautas levadas pela marcha sejam informadas ao público pela imprensa. “É uma coisa que entristece, o jornalismo fica focado no trânsito e não fala da pauta. Não tem como avançar em direitos sem fazer mobilização”, disse ele.

Por este ser um ano eleitoral, o objetivo das centrais é entregar as reivindicações para os candidatos à presidência, inclusive a Dilma Rousseff. A pauta dos trabalhadores, cuja elaboração foi coordenada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), será entregue também ao empresariado.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que a marcha vai chamar a atenção também para a questão do emprego. “Muitas empresas sinalizam demissões ou têm promovido férias coletivas. Isso é um sinal que nos deixa muito preocupados”, declarou.

Torres reclama ainda que a não correção da tabela do Imposto de Renda prejudica os trabalhadores. “Isso é um crime contra o trabalhador, que está achatando o salário da classe média baixa”, disse. Outro ponto destacado por ele é que setores do governo sinalizam o desejo de mexer na fórmula de valorização do salário mínimo. “Não podemos admitir, de forma alguma, que mexam em uma coisa que está dando certo. O salário mínimo está, hoje, em quase 300 dólares”, declarou.

Ubiraci Dantas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), defendeu o equilíbrio do câmbio. De acordo com ele, apesar de facilitar as importações, o câmbio atual prejudica as empresas nacionais. Para Ubiraci, outro assunto importante de ser discutido é a privatização da exploração do petróleo na camada pré-sal. “Isso é um crime contra o povo brasileiro”, define.

O presidente da CGTB demonstrou também preocupação com a questão do emprego. “O emprego real na indústria teve 28 meses consecutivos de queda. Precisamos evitar que essa crise se aprofunde”, disse ele.




Diretório Estadual de São Paulo do Partido dos Trabalhadores
Rua Abolição, 297, Bela Vista - 01319-010 - São Paulo - SP
Telefone (11) 2103-1313

Licença Creative Commons Esta obra foi licenciado sob CC-Attribution 3.0 Brazil.
Exceto especificado em contrário e conteúdos replicados.