Senado: Viana defende que suspeitas, todas elas, precisam de investigação

Da tribuna, senador justificou opção pela ampla apuração e, com números, desfez falácias sobre a Petrobras

Por PT Senado
Sábado, 5 de abril de 2014


Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deve servir ao interesse público, não ao calendário eleitoral de uma parcela do Legislativo, alertou o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), em pronunciamento ao plenário nesta quinta-feira (3). “Onde houver suspeitas de mau uso de recursos federais, vamos apurar. É por isso que o PT quer uma CPI ampla, que investigue não só as denúncias sobre a Petrobras, mas também sobre o Porto de Suape, da Refinaria de Abreu e Lima e do Metrô de São Paulo”.

Para o senador, a convocação de CPIs separadas para apurar esses casos levaria ao desvirtuamento desse instrumento de investigação. Viana entende que as forças políticas tenderiam a subordinar os trabalhos a interesses político. “O PT quer uma CPI suprapartidária, que apure tudo. A oposição quer colocar a Petrobras, patrimônio do povo brasileiro, no meio de um processo que está mais subordinado ao calendário eleitoral”, afirmou.

Jorge Viana manifestou preocupação com a verdadeira campanha de desqualificação que vem sendo feita contra a Petrobras para justificar a convocação de uma CPI exclusiva — investigação que o senador tucano Aloysio Nunes (SP), na maior candura, não teve pejo em chamar de “a nossa CPI”, durante o debate travado com Viana na tarde desta quinta-feira. “Pinta-se um abismo no qual estria imersa a Petrobras. Só que esse abismo não é real”, denunciou o senador petista.

E quem desmente o abismo desenhado pela oposição são os números, como frisou Viana: quando o PT assumiu a presidência da República, em 2003, a Petrobras tinha uma receita bruta de R$ 69 bilhões. Dez anos depois, esse valor havia saltado para R$ 304 bilhões. No mesmo período, o lucro da empresa saltou de R$ 8 bilhões para R$ 23 bilhões. E mesmo o dado predileto das oposições, a suposta queda do valor de mercado da empresa, é uma falácia: em 2003, a Petrobras valia US$ 15 bilhões. Em 2013, seu valor já chegava aos US$ 123 bilhões.

“Usam o fato de que, antes da crise internacional, com a bolsa de valores brasileira muito valorizada, a empresa chegou a valer US$ 250 bilhões, mas esquecem a conjuntura internacional e, principalmente, que no governo do PSDB ela valia muito menos do que vale hoje”, lembrou Viana. Em seu aparte ao senador petista, o tucano Aloysio Nunes fez questão de afirmar que a valorização e o crescimento de todos os indicadores relativos à Petrobras nada teriam a ver com o governo – sem explicar, afinal, a quem devem ser creditados os resultados, já que ele mesmo e outros oposicionistas insistem que a empresa vem sendo “dilapidada por uma gestão temerária”.

Viana também foi aparteado pelos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Magno Malta (PR-ES) e Jayme Campos (DEM-MT), todos signatários da chamada “nossa CPI”. O senador petista e cobrou de todos os defensores da tese de investigação exclusiva que deixem de omitir um fato essencial: a Refinaria de Passadena – cuja compra é o principal motor da campanha de desqualificação da Petrobras e apontada como o “fato determinado” para a convocação da CPI – está dando lucro e se provando um bom negócio. “Já no caso do Metrô de São Paulo”, rebateu o petista, não temos um fato determinado e sim um fato concreto, com uma série de pessoas já denunciadas pelo Ministério Público.




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