Após um período de discrição, o vice-presidente da República, Michel Temer, discursou nesta sexta-feira 4 a investidores nos Estados Unidos com o intuito de vender a "imagem verdadeira" do País, como ele mesmo disse. Em sua avaliação, houve a propagação de uma "falsa imagem de que o país pode ir para a bancarrota" depois que a Standard & Poor`s rebaixou a nota da economia brasileira.

Nesta manhã, durante o Council on Foreign Relations, que acontece em Nova York, ele ressaltou em palestra que "o Brasil gerou 20 milhões de empregos em dez anos. E isso na grave crise econômica internacional. Portanto, o Brasil continua prosperando". Temer fez um apelo aos investidores: "queremos muito investimento estrangeiro no Brasil, principalmente dos EUA, que tem uma tradição de parceria conosco".

"Eu vou tentar vender a imagem verdadeira do Brasil, não a imagem construída, e gerar uma despreocupação em relação ao futuro do país", disse Temer nesta quinta-feira, ao comentar sua fala nos dois eventos no centro financeiro dos Estados Unidos.

"Apesar de percepção sazonal, países em desenvolvimento, como o Brasil, terão sempre papel estratégico. São economias com as maiores oportunidades de investimentos, de ampliação do consumo, geração de riquezas e responsáveis pela maior parte do crescimento mundial neste momento", acrescentou o vice-presidente.

Ao defender a política econômica do Brasil no exterior, Michel Temer preenche um vácuo no momento em que esquentam as articulações para a eleição de outubro. Um PMDB mais calmo com a presidente Dilma Rousseff, depois de momentos de tensão com a bancada na Câmara, demonstra que a aliança com o PT deve continuar no plano federal. Nesse cenário, Temer não quer correr o risco de ficar de fora da chapa.

No próximo dia 7, o peemedebista participará ainda do fórum "BRICS no Mundo: uma visão estratégica e política", promovido pelo Fórum das Américas, também em Nova York. "É um fórum de troca de ideias, auxílio recíproco e tem sido útil aos países participantes. O resultado para o Brasil é o aumento do comércio exterior e a confiança no nosso País", ressaltou o vice-presidente.