Defesa do golpe militar e confusão marcam sessão solene da Câmara

A primeira delas, ocorreu por volta das 11h30, quando uma faixa estendida na galeria do Plenário trazia a mensagem: “Graças a vocês, o Brasil não é Cuba”, parabenizando os militares do golpe de 1964

Por GGN
Terça-feira, 1 de abril de 2014


Depois de 50 anos do golpe militar, suas heranças ainda podem ser vistas no Congresso. A sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães foi um pedido da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) em memória ao passado sombrio. Teve início às 9h30 de hoje e em menos de duas horas, já contou com duas suspensões.

A primeira delas, ocorreu por volta das 11h30, quando uma faixa estendida na galeria do Plenário trazia a mensagem: “Graças a vocês, o Brasil não é Cuba”, parabenizando os militares do golpe de 1964. Quem carregava a faixa era Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas de Militares.

A partir daí, a confusão começou na Câmara. Deputados, pessoas que foram assistir à sessão e demais políticos se indignaram. Um dos participantes arrancou o cartaz das mãos de Ivone Luzardo.

O presidente da sessão, deputado do PMDB, Amir Lando (RO), pensou em ordenar que fossem tirados todos os cartazes. Entretanto, foi criticado por líderes de partidos, paralisando a sessão por alguns minutos. O Plenário só voltou a manter organização quando a Mesa ordenou o recolhimento da faixa, e seguranças da Câmara o fizeram.

O segundo momento de tensão na sessão solene teve como alvo Bolsonaro. A intenção do evento solicitado pela deputada Erundina era reafirmar a necessidade de Memória de um dos momentos mais obscuros da história brasileira. Jair Bolsonaro (PP-RJ), entretanto, começou a discursar elogiando o golpe da ditadura militar no Brasil.

Deputados e convidados de todo o Plenário viraram-se de costas. O presidente da sessão, Amir Lando (PMDB-RO), ficou irritado, alegando que isso era proibido pelo Regimento da Casa. Bolsonaro falou que não se importava em discursar com os deputados virados de costas. Entretanto, Lando voltou a criticar: “Todos tiveram o direito de ser ouvidos, não posso aceitar um desrespeito ao Regimento. Se não houver a ordem, vou encerrar a sessão”.

Ninguém desfez o gesto, alguns saíram do Plenário e outros permaneceram, cantando o Hino Nacional, em meio a confusão. A sessão foi encerrada.




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