Cantareira pode ir a 5%. Racionamento é inevitável

Último relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não é nada animador: serão apenas 300 mm de chuva nos próximos cinco meses, uma média de 60 mm a cada 30 dias; confirmação dos números significará que o reservatório do Sistema Cantareira, em São Paulo, atualmente no menor nível histórico de 13,8%, cairá para 5%

Por Brasil 247
Segunda-feira, 31 de março de 2014


O último relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) traz um dado alarmante e que pode resultar em um cenário extremo em São Paulo: o racionamento de água. Nos próximos cinco meses, a previsão de chuvas para São Paulo será de apenas 300 milímetros, uma média de 60 mm a cada 30 dias.

Se confirmados, os números significam que o reservatório do Sistema Cantareira, que na última sexta-feira 28 atingiu novamente o menor nível da história, 13,8%, poderá cair para 5%. A situação torna praticamente inevitável o corte de abastecimento de água. A situação trará grandes complicações para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato a reeleição e cujo estado sediará a abertura da Copa, em junho.

Um comunicado emitido dias antes pelo grupo de trabalho que acompanha a situação do Cantareira também foi desanimador ao informar que, apesar do aumento das chuvas nas últimas semanas, a retirada de água do manancial continua sendo superior à quantidade que o sistema está recebendo. O grupo é formado pela Agência Nacional de Águas (ANA), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

"Praticamente se passou metade do mês março e a vazão média afluente [recebida pelo sistema] correspondeu a 15,2 metros cúbicos por segundo (m³/s), o que equivale a apenas 25,2% da média histórica deste mês, a menor média mensal de março registrada desde 1930. Neste mesmo período (1º a 14 de março), a retirada média foi 21,9 m³/s. O balanço entre as vazões afluentes e as retiradas está deficitário em 6,7 m³/s", informaram os especialistas.

No último dia 18, a Sabesp anunciou que, a partir de maio, cerca de 200 bilhões de litros de água, que estão no volume morto do sistema Cantareira, estarão disponíveis para distribuição. As obras foram iniciadas no dia 17 nas represas de Atibainha e Jaguari. De acordo com a companhia, essa quantidade de água será suficiente para abastecer os moradores da região metropolitana de São Paulo por quatro meses.

Eleições

A crise da água em São Paulo já é tema certo nas eleições. O pré-candidato ao governo pelo PT, Alexandre Padilha, já desferiu críticas ao sistema paulista de armazenamento e à falta de medidas preventivas do tucano Alckmin. Gilberto Kassab, pré-candidato pelo PSD, organizou até conferência para discutir o assunto.

Como solução, o governador de São Paulo propôs a transposição de água do rio federal Paraíba do Sul para os paulistas, mas já encontrou um obstáculo pelo caminho: o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Ele se posicionou terminantemente contra o projeto alegando que prejudicaria o estado do Rio.




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