Mulheres debatem programa de governo participativo e plebiscito popular sobre a reforma política

Com a presença de mil petistas, encontro ocorreu na tarde de sábado (29), no Hotel Dan Inn Planalto, no centro de São Paulo

Por Elineudo Meira, Portal Linha Direta
Domingo, 30 de março de 2014



No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Secretaria Estadual de Mulheres do PT-SP realizou sua plenária na tarde de sábado (29). Ocorrido no Hotel Dan Inn Planalto em São Paulo, o evento teve objetivo de estabelecer o Grupo de Trabalho de Políticas para Mulheres para o Programa de Governo do PT Paulista, além da organização do plebiscito popular por uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político. Cerca mil mulheres petistas, que vieram de todas as macrorregiões, estiveram presentes.

A secretária estadual de Mulheres do PT-SP, Marta Regina Domingues, explicou a a escolha data, que marca um período representativo para as mulheres. “Nós temos uma plenária anual, é uma resolução e nós cumprimos essa regra com muita satisfação. A gente escolhe o mês de março porque é um período de muita mobilização por conta do Dia Internacional da Mulher e das várias atividades que temos ao longo do mês; então, essa data foi escolhida porque culmina com um processo de muita mobilização, muita luta, dando mais visibilidade às reivindicações e às nossa propostas. O objetivo aqui hoje é constituir um grupo de trabalho para construção de um programa de governo participativo. A segunda pauta é discutir e mobilizar as mulheres do estado para o plebiscito popular por uma constituinte exclusiva pela reforma política”, explica.

Martinha também falou da importância da realização deste evento. “Temos a intenção de mobilizar as mulheres para reeleger a nossa presidenta Dilma Rousseff, eleger um governador para o estado de São Paulo. A gente faz um processo de construção coletiva, em que as macros participem, os partidos convidados - o PCdoB está aqui conosco -, contamos com a participação de entidades da sociedade civil como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a Marcha Mundial de Mulheres e as feministas. Vamos fazer essa construção porque fortalece a luta das mulheres, fortalece a nossa luta por mais direitos, por políticas públicas efetivas e a nossa participação em todos os momentos de decisão”, frisa a secretária estadual de mulheres do PT-SP.

Presente na abertura, a vice-presidente do Diretório Estadual do PT-SP, Rozane Maria de Sena, a Zaninha, destacou os ataques que a mídia faz a todo momento e chamou a atenção sobre a defesa da presidenta Dilma Rousseff. “Nós temos que defender aquilo que é nosso. Nós temos a presidenta e estão querendo derrubá-la com conversa fiada. A gente sabe que, além de ser do Partido dos Trabalhadores, a presidenta sofre preconceito por ter sido guerrilheira, e também por ser mulher. Nós temos que defender a companheira Dilma com unhas e dentes. Nós conseguimos elegê-la e não vamos deixar derrubarem a nossa companheira Dilma (...) Um dos maiores legados que o companheiro Lula deixou para a gente foi eleger uma companheira mulher”, afirmou.

“Sem a reforma política, temos um congresso federal cada vez mais conservador, cada vez mais masculino, diminuindo as possibilidades cada vez mais das mulheres chegarem lá", destaca a deputada federal Iara Bernardi. A parlamentar ainda chamou atenção para a diminuição do número de parlamentares mulheres nas Câmaras de Vereadores, nas Assembleias Legislativas e no Congresso Federal. "As políticas de cotas que foram votadas não se mostraram efetivas para aumentar o número de mulheres - não chegamos a 8,7% e este é uns dos menores indicadores da américa latina. A reforma política será extremamente importante para ter um congresso de maioria, que defenda o interesse da nação e de presidenta, isto porque somos mais de 50% do eleitorado”.

Janete Pietá, deputada federal, informou que na Câmara dos deputados e no debate da Comissão de Educação, uma discussão visa acabar com o termo gênero.“Nós temos uma tarefa muito grande, porque os setores conservadores querem acabar com o termo gênero. Não querem, de maneira nenhuma, discutir este assunto. Se falar na questão de raça, então nossa tarefa vai ser um combate ideológico de mostrar que esse estado que está aí não nos representa, que nós queremos um estado laico, que queremos que as mulheres tenham direito de decidir. Finalizo dizendo que lugar de homem é na cozinha e de mulher é na política!”, destacou a deputada Janete Pietá.

A secretária especial de Políticas Para as Mulheres, Denise Motta Dau, alertou sobre o comercial publicitário do Metrô e a pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, sobre a imagem da mulher. “O Metrô no estado de São Paulo faz, com verba pública paga pelo governo estadual, uma propaganda que vai ao ar dizendo ‘é natural ter metrô lotado, isso acontece em todas as cidades do mundo e é bom para xavecar a mulherada`. Aí o IPEA faz uma pesquisa que detecta que a culpa para o abuso é da mulher. A mídia coloca a imagem das mulheres como objeto de desejo masculino e, se estiver vestida com um decote ou com uma minissaia é porque ela está provocando. Está imagem foi construída ao longo dos anos e temos o desafio de desconstruir a imagem da mulher que é mostrada cotidianamente na mídia e na propaganda”, frisou Denise.

Durante ao encontro, a mulheres prestaram homenagem ao companheiro falecido José Mesquita, o Bola. Militante político, Bola foi um resistente, um companheiro e um homem íntegro que dedicou sua vida à construção de um Brasil mais justo, solidário e sem racismo.

Estiveram presentes a secretária de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de Santo André, Silmara Conchão, a vice-prefeita da cidade de São Paulo, Nádia Campeão, a primeira dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, a coordenadora da macro do Vale do Paraíba, vereadora Rose Gaspar e a coordenadora da macro Mantiqueira, Thaís Tosato. Além da presidente da Câmara de São José dos Campos, Amélia Naomi, da deputada estadual Telma de Souza, da companheira membro da executiva estadual, Vivian Mendes, e da secretária de Combate ao racismo, Rosa Miranda.




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