CPI para investigar compra de refinaria pela Petrobras mira nas eleições, alerta Gleisi
Senadora petista foi à tribuna para acusar oposição e grande imprensa de oportunismo
Terça-feira, 25 de março de 2014
Depois dos balanços de início de ano demonstrarem que a condução da economia brasileira está no caminho certo, a mídia tradicional elegeu as transações da Petrobras para ser o novo motivo para uma onda de mau agouro. No foco, está a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006. Sempre beneficiada pelo recorrente pessimismo da grande imprensa, a oposição, mais uma vez, pega carona nas críticas ao processo de aquisição da refinaria para estabelecer um jogo político-eleitoreiro, conforme alertou a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), nesta segunda-feira (24), ao discursar da tribuna do Senado.
“Diante do que ouvi hoje aqui [no plenário], na imprensa e nas manifestações, principalmente de quem está disputando a eleição presidencial deste País, é que me vi na obrigação de questionar o quê exatamente está por trás do interesse de fazer uma investigação política sobre esse caso”, afirmou Gleisi, em referência às reportagens dos jornais e discursos de oposicionistas que pedem a instalação de uma comissão do Congresso Nacional para investigar a compra da refinaria.
O caso de Pasadena ronda o noticiário e discursos da oposição há cinco anos e já foi objeto, em 2013, de uma audiência pública com o presidente da Petrobras à época da transação, José Sergio Gabrielli. Foi quando o ex-executivo da companhia esclareceu que a compra da refinaria estava prevista nos negócios da companhia desde 1999 – ano em que o tucano Fernando Henrique Cardoso estava na Presidência da República. Desde 2008, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU) investigam a operação.
“Se já temos o julgamento técnico sendo conduzido, por que quer esta Casa, ou este Congresso Nacional, por meio da Câmara, da oposição, fazer um julgamento político? Estaria aí o interesse do processo eleitoral? Nós estamos em 2014, um ano de eleição”, alertou a senadora. “O Congresso tem de refletir sobre o seu valor, sobre a sua importância como instituição que não admite ser utilizada como arma eleitoral. Está em jogo também a imagem da nossa estatal. Será que não estariam de volta os interesses em sua privatização?”, completou.
Gleisi observou que o discurso casuísta contra a Petrobras não tem compromisso com os interesses da população. “Não vi ninguém, com a mesma ênfase, vir aqui a esta tribuna defender os interesses do povo brasileiro e do setor produtivo, que pagam pela conta de combustível deste País, da gasolina e do diesel, para que este País possa produzir, gerar empregos e melhorar a vida de sua população. Falava-se aqui única e exclusivamente sobre os interesses de mercado”, ressaltou.