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Suborno a braço-direito de Covas financiou partidos
De acordo com a Justiça, a Alstom pagou propina para vencer uma concorrência no valor de R$ 23,2 milhões. O serviço prestado era o fornecimento de equipamentos em três subestações elétricas da Eletropaulo e EPTE. Marinho nega ter dinheiro no exterior
Segunda-feira, 17 de março de 2014
Justiça de Berna, na Suíça, aponta que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), era o intermediário do esquema de propina da Alstom para garantir contratos com governos paulistas; verba era destinada para "o financiamento de partidos", diz documento, sem citar nome das siglas envolvidas
Investigadores da Suíça indicam que parte do suborno da Alstom para garantir contratos com o governo paulista era destinada para "o financiamento de partidos".
Documentos da Justiça de Berna apontam o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), como o intermediário entre a companhia francesa e autoridades no Brasil. Não foram citados os nomes dos partidos envolvidos.
Além de comprovar a existência de uma conta em nome de Marinho, a Suíça liberou depoimento de ex-Alstom que atesta suborno recebido pelo agente público.
"Compreendi que se tratava de um certo sr. Robson Marinho. Ele era membro do Tribunal de Contas do Estado federal de São Paulo. Essa é a instância que fiscaliza as companhias estaduais. Agora não sei se apenas essa pessoa recebeu dinheiro ou se o sr. Marinho o distribuiu ou não", disse Michel Cabane, ex-diretor da Cogelec, subsidiária da Alstom e da Cegelec, em depoimento às autoridades suíças.
Trata-se da primeira confissão de suborno direto ao ex-braço-direito de Covas. Conta secreta na Suíça teria R$ 1,1 milhão.
O conselheiro, que é alvo de investigação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de ter beneficiado a Alstom em um julgamento de 2001, teria recebido o dinheiro enquanto secretário da Casa Civil de Covas. Ele foi alçado para o cargo de conselheiro pelo ex-governador tucano.
De acordo com a Justiça, a Alstom pagou propina para vencer uma concorrência no valor de R$ 23,2 milhões. O serviço prestado era o fornecimento de equipamentos em três subestações elétricas da Eletropaulo e EPTE. Marinho nega ter dinheiro no exterior.