Suíça confirma conta secreta de ex-secretário do PSDB

Procuradoria da Suíça envia ao Ministério Público Federal cartão de abertura da conta de Robson Marinho por meio da qual teria recebido propina da Alstom

Por SpressoSP
Segunda-feira, 10 de março de 2014



O cartão de abertura da conta em um banco suíço do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) Robson Marinho, ex-secretário da Casa Civil no governo Mário Covas, foi enviado pelas autoridades daquele país ao Ministério Público Federal. O documento comprova a existência da conta, no Credit Lyonnais Suisse em Genebra, por meio da qual, segundo suspeita do MPF, Marinho teria recebido propina da multinacional francesa Alstom. A conta recebeu depósitos que totalizaram US$ 1,1 milhão entre outubro de 1998 e dezembro de 2002, durante os governos dos tucanos Covas e Geraldo Alckmin.

Segundo reportagem da edição desta segunda-feira (10) do jornal “O Estado de S. Paulo”, os investigadores classificam como “revelador” o documento bancário, uma das mais importantes provas já surgidas contra o ex-braço direito de Covas. Desde 2010, quando a Justiça de São Paulo acolheu ação cautelar de sequestro de seus valores, Marinho nega possuir ativos no exterior.

Marinho é investigado porque,em 27 de novembro de 2001, foi relator de julgamento que favoreceu a Alstom do Brasil. Nessa data, o conselheiro (que tomou posse no TCE em 1997 por indicação de Covas) votou pela regularidade do ato declaratório de inexigibilidade de licitação para extensão da garantia de equipamentos, pelo prazo de 12 meses, prevista no décimo aditivo do contrato Gisel (Grupo Industrial para o Sistema da Eletropaulo). O aval de Marinho para a dispensa de licitação foi dado após três meses de análise do caso, quando a média do TCE é de cinco anos.

O advogado Celso Vilardi, que defende Marinho, disse ao jornal que não iria se manifestar sobre a descoberto do cartão de abertura da conta porque não teve acesso ao documento. Vilardi também nega que seu cliente tenha julgado ou participado do processo do projeto Gisel. De acordo com o advogado, Marinho manifestou-se sobre a garantia dos equipamentos, anos depois do contrato do projeto.




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