Mulheres vão às ruas para pedir mais participação na política e o fim da violência física, sexual e psicológica

O ato unificado reuniu mais de 5 mil pessoas que caminharam do MASP, passaram pela Rua da Consolação e foram até a Praça Roosevelt

Por Luiz Braz, Portal Linha Direta
Sábado, 8 de março de 2014



No 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. O “Ato 8 de Março” deste ano reuniu mais de 5 mil pessoas de diversos movimentos feministas, populares, sindicais e partidos políticos que buscam colocar a mulher como protagonista na sociedade, muito além do papel de mãe e esposa. Outro ponto importante da caminhada é chamar atenção em relação a violência psicológica, física e sexual que a mulher sofre diariamente.

De acordo com a coordenadora do movimento Sempreviva Organização Feminista e militante da Marcha das Mulheres, Sonia Coelho, os direitos femininos só serão atendidos quando houver maior número de representantes no legislativo e no executivo. “Acredito que para que nossas reivindicações sejam atendidas é necessário ter mais mulheres participando das decisões políticas do nosso País, portanto é nosso dever nos organizar”, defende a feminista.

No 4º Congresso Nacional do PT foi aprovado que 50% dos cargos de direção do Partido devem ser ocupados por mulheres. Segundo o presidente do PT Paulista, Emidio de Souza, o Partido é pioneiro na participação política das mulheres. “O PT fez história quando conseguiu eleger a primeira mulher presidenta, nosso Partido foi o responsável pela criação da Lei n º 11.340, a Lei Maria da Penha que aumentou o rigor nas punições aos agressores e também na criação da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres. Mas acredito que ainda falta muitas ações para garantir que os direitos das mulheres sejam atendidos”, afirmou Emidio de Souza.

Criada no primeiro do governo Lula, em janeiro de 2003, a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, hoje presidida pela ministra Eleonora Menicucci, representa um avanço ao movimento feminista. O objetivo da secretaria é estabelecer políticas públicas para a melhoria da vida das mulheres. Um dos desafios é acabar com a desigualdade dos salários com homens que desempenham a mesma função no mercado de trabalho e também a luta por igualdade de oportunidades de emprego.

Para a coordenadora da Central de Movimento Populares, Elizabete Silverio, quando houver mais mulheres ocupando cargos de relevância política, a pré-concepção das pessoas tende a cair. "O preconceito com a mulher está atrelado ao número de homens que ocupam cargos políticos, não tenho duvidas que quando mais mulheres forem eleitas, menor será o preconceito com a mulher", chamou a atenção a coordenadora da CMP.

Violência contra a mulher

A estatística é clara. A cada três horas, duas mulheres são assassinadas. Além de sofrerem com a violência moral e física, diariamente muitas são estupradas. Entre as bandeiras levantadas pela Marcha das Vadias, é a não culpabilização da vítima (no caso da mulher) por causa do estupro. Para a representante da Marcha das Vadias, Lieli Loures, a principal dificuldade é esclarecer que a mulher é a vitima e não a culpada. “O desafio do nosso movimento é deixar claro que a mulher não é culpada por ter sido violentada, independente da roupa que ela esteja vestindo. Outra dificuldade é que a palavra da vítima deve ser considerada, hoje, quando a mulher é agredida sexualmente, a palavra dela não tem validade legal, mesmo que só tenham estado presente (como acontece na maioria dos casos) o agressor e a vitima”, informou Lieli Loures.

O Movimento Olga Benário esteve presente para relembrar que a luta de hoje é muito semelhante das reivindicações de muitas mulheres que no passado foram torturadas pelo regime militar. De acordo com a militante do movimento, Vivian Mendes, muitas pessoas esquecem o que ocorreu com as mulheres durante a ditadura no Brasil. “Centenas de mulheres foram torturadas nuas, estupradas pelos agentes da repressão e tiveram seus filhos tirados logo após o nascimento. Fazendo relação com os dias de hoje, acredito que um dos vestígios do regime militar é a forma como a polícia trata as mulheres dos movimentos sociais”, relembrou Vivian Mendes.




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