PT recebe novos filiados durante a caravana

Pelos diretórios petistas e plenárias por onde a Horizonte Paulista passa, Padilha tem abonado as filiações de dezenas de novos integrantes do partido, a maioria deles jovens

Por Equipe Caravana Paulista
Terça-feira, 4 de março de 2014


O coordenador da Caravana Horizonte Paulista, Alexandre Padilha, abre um largo sorriso no rosto. Sua companheira, Thássia Alves, enxuga uma lágrima. Como ela, vários dos participantes do sarau da Juventude do PT de Campinas choram ou tentam disfarçar o choro provocado pelo depoimento de Janaína Cristina da Silva, integrante da Juventude do PT campineiro e secretária estadual de mobilização do partido.

O dia 14 de fevereiro de 2014 anoitece, estamos no último evento da primeira etapa da caravana pelo estado, e Janaína tem de fato uma bela história para contar. “Eu queria falar uma coisa que só o governo do PT faz: mexer na auto-estima do pobre periférico, em especial da mulher negra”, ela principia. “Tenho acompanhado uma série de comentários reacionários em relação aos pobres terem direitos que antes não tinham. O PT tem um jeito de mexer na auto-estima dessa classe da sociedade que nunca foi respeitada nem nunca teve acesso a nada. Hoje, o partido tem dentro das suas direções partidárias pessoas como eu, que já passei pela rua, já passei fome e hoje sou dirigente do Partido dos Trabalhadores.”

A juventude reunida interrompe Janaína com aplausos e gritos de “partido!, partido!, é dos trabalhadores!”. Como costuma acontecer nessas ocasiões, a parte feminina da plateia informal diverge e muda o bordão para “é das trabalhadoras!”. Lágrimas viram risos, Janaína espera o silêncio ser retomado e prossegue, citando um programa desenvolvido por Padilha no Ministério da Saúde, de que ele foi titular até o início de fevereiro: “Ter uma pessoa como eu na direção do partido vai mexer na auto-estima do preto e da preta da periferia. O Mais Médicos mexe na nossa auto-estima. Alguma jornalista comentou que não ia confiar numa médica que tinha cara de empregada doméstica. Que bom que ela pôs isso para fora. E que bom que eu vou chegar ao consultório e vai ter uma médica com uma cara parecida com a minha. Isso fala para mim que eu posso me formar médica, com o Prouni (Programa Universidade par a Todos), o Fies (Programa de Financiamento Estudantil) ou algum outro programa que o governo federal tem implantado”.

Antes de terminar, Janaína se dirige a Padilha, olho no olho: “Por tudo que passei na minha vida, nunca imaginei que hoje eu estaria falando de frente com o meu candidato a governador do meu estado. Eu quero ver muito preto e muita preta tendo auto-estima e conseguindo seus objetivos”.

Pelos diretórios petistas e plenárias por onde a Horizonte Paulista passa, Padilha tem abonado as filiações de dezenas de novos integrantes do partido, a maioria deles jovens. No sarau da Juventude do PT de Campinas, há novos atos de filiação e discursos de jovens recém-filiados – caso de Rafael Lacerda, cuja ficha foi abonada dois dias antes, na passagem da caravana pela Universidade Metodista de Piracicaba.

O ambiente é de grande diversidade. Manifestam-se e fazem reivindicações representantes do movimento negro, da marcha das mulheres, de coletivos de diversidade sexual. O coordenador os escuta e reage às falas com largos e afetuosos abraços.

O militante estudantil Lucas Eduardo, da PUC de Campinas, se diz surpreso e motivado por ter visto Padilha dançando jongo horas antes, num encontro na Casa de Cultura Afro Fazenda Roseira, também em Campinas. Lucas, cuja família mora em Minas Gerais, cita um evento do PT que aconteceu no mesmo dia em Belo Horizonte, com as presenças de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. “Minha mãe me ligou chorando, aos prantos, relatando para mim, que sou estudante preto, o que a fala dos companheiros de Lula e Dilma causa nela enquanto mulher preta empregada doméstica”, afirma.

Lucas reivindica, de um possível futuro governo petista em São Paulo, o prosseguimento de um “projeto popular e democrático” que contemple “as mulheres, os negros, os homossexuais e todas as minorias” e seja “um governo de combate às opressões”. Os aplausos lotam o sarau.

O coordenador fala no improviso, como de hábito. Manifesta orgulho por sua passagem pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Unicamp, na época em que estudava medicina. Hoje com 42 anos de idade, louva o papel de Lula na formação de quadros políticos egressos da juventude. E lança desafio aos jovens, de dentro para dentro, de petista para petistas. “Vocês têm que saber uma coisa: a juventude tem que chegar chegando. Se chegar quietinho demais não ocupa espaço.” A juventude exprime concordância em aplausos. “É muito bonito, nós estamos felizes de ver que o PT está mais jovem e mais feminino. Mas quem ocupa mais espaço também tem que assumir responsabilidade. Tem que assumir papel na direção, se preparar cada vez mais, chegar com o jeito de vocês, pautar os seus temas. Para que a gente possa renovar e oxigenar cada vez mais este partido, é preciso que vocês não se inibam, ocupem todos os espaços possíveis, disputem cada vez mais as pautas da juventude.”

Depois de assinar fichas de filiação apoiando-as nas costas dos novos filiados, Padilha se dirige a eles: “É muito legal, emociona muito ver jovens se filiando ao PT , quando muita gente sai por aí dizendo que política não leva a nada, às vezes fazendo manifestações contra a política, contra os partidos. Vocês saibam que estão se filiando a um partido que foi decisivo para construir o país até hoje, até para que os jovens pudessem sair às ruas, se manifestar e defender suas opiniões. Se há algo que ninguém pode negar é que a democracia no Brasil não seria a mesma se não tivesse surgido o Partido dos Trabalhadores”.




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