Após sindicância dos Correios, Siemens fica proibida de participar de licitações no Brasil
Multinacional alemã é suspeita de pagar propina em contratos com a estatal federal de 1999 e 2004
Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
A multinacional alemã Siemens está proibida por cinco anos de participar de licitações e fechar contratos com governos do Brasil. A decisão foi tomada em janeiro pela Justiça Federal após sindicância feita pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos que apontou suspeita de pagamento de propina da empresa para conseguir contratos com a estatal federal.
A sindicância dos Correios foi aberta em 2008 e descobriu diversas irregularidades cometidas pela companhia em duas licitações em 1999 e 2004. A estatal decidiu punir a alemã impedindo-a de concorrer em processos licitatórios por cinco anos. Agora, a Justiça estende a sanção a toda a administração pública.
A denúncia contra a Siemens foi feita pelo Ministério Público Federal em 2008. A multinacional aparece nos autos como suposta pagadora de propina. A sindicância dos Correios se baseou em dados colhidos pela Controladoria-Geral da União, pela Polícia Federal e pelo MPF. A investigação apontou em seu relatório a “associação da Siemens com empresa agenciadora, visando se beneficiar em processos licitatórios e em contratos, com pagamento de propina”.
A Siemens responde ainda no Brasil a inquéritos que investigam participação dela em cartel que atua no sistema metroferroviário do Estado de São Paulo, para obter contratos também mediante pagamento de propina. Em acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a multinacional revelou o esquema de corrupção em troca de sair isenta ao final do processo.