Governo de SP se nega a consertar usina parada há 8 meses
Secretário de Energia, José Aníbal, disse que Cesp não fará nada para que Três Irmãos volte a funcionar
Quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
O secretário de Energia do governo de São Paulo, José Aníbal, disse nesta quarta-feira (26) à “Agência Estado” que a estatal Cesp não vai consertar uma turbina da Usina Três Irmãos, quebrada desde 21 de junho. A usina está sem produzir energia desde então e, apesar da autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Cesp contratar os serviços, pelos quais seria ressarcida pelo órgão regulador, o secretário afirmou que não pretende realizar o conserto.
“Por que iniciar um processo desses se vamos ficar com a usina apenas por mais 30 dias”, disse Aníbal. A usina será leiloada no próximo dia 28 de março, porque o governo do Estado, detentor da concessão de Três Irmãos por meio da Cesp, não quis renovar o contrato, vencido em outubro de 2011, por ver desvantagem nas condições oferecidas pelo governo federal.
Apesar de não ter renovado a concessão, a Cesp se comprometeu a manter a operação até que a usina seja leiloada. “Não vamos fazer nada em relação à turbina. Isso caberá ao novo concessionário”, disparou Aníbal. A Cesp recebe remuneração do governo federal para os gastos com a operação e manutenção da usina, mas não fez os reparos na turbina porque o custo do conserto ficaria superior ao que recebe para mantê-la.
Agora, apesar da garantia da Aneel de que será ressarcido de seus gastos, o governo estadual prefere manter as coisas como estão e joga o problema para quem vencer a concorrência em março. Na última terça-feira (25), o diretor da Aneel, André Pepitone, disse que a companhia não pode adotar essa postura e alertou que, no limite, o governo pode obrigar a Cesp a operar Três Irmãos até que o novo concessionário tenha condições de assumi-la.
Alegando ter direito a receber uma indenização de R$ 3,8 bilhões, por investimentos feitos na usina, enquanto o governo propõe pagar R$ 1,7 bilhão, a Cesp tentou impedir a realização do leilão, levando o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A usina fica no rio Tietê, no município de Pereira Barreto, interior de São Paulo, tem potência instalada de 807,5 MW e 217,5 MW médios de garantia física ( montante de energia a ser comercializada).