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Alstom responde por corrupção e cartel em 6 países
Além do Brasil, multinacional francesa é investigada na França, EUA, Reino Unido, Israel e Zâmbia
Terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Em informe financeiro divulgado em 30 de setembro do ano passado, a multinacional francesa Alstom admite que a companhia está sendo investigada em seis países por pagamento de propina e formação de cartel. No documento, voltado ao mercado financeiro e a investidores, a empresa alerta que isso pode levá-la a sofrer punições, como multa e exclusão de processos de licitação. A companhia é investigada no Brasil por suspeita de corrupção e formação de cartel para atuar no sistema metroferroviário do governo de São Paulo.
Sobre as investigações no Brasil, a empresa admite que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está investigando “uma série de companhias, incluindo a Alstom”. Mas a empresa garante que está “conduzindo sua própria investigação sobre o assunto”.
Segundo o informe, a Alstom reconhece que foi suspensa pelo Banco Mundial por corrupção na África, até 2015, que foi condenada na Europa e Israel por formação de preços e que está sendo investigada no Brasil, França, Estados Unidos e Reino Unido.
“Algumas companhias e/ou atuais ou ex-empregados do grupo estão sendo investigados em vários países e por bancos de desenvolvimento com relação a supostos pagamentos ilegais”, apontou a Alstom. “Esses processos podem resultar em multas, exclusão das subsidiárias do Grupo de licitações públicas e ações de terceiras partes”, indicou.
O Banco Mundial suspendeu a empresa em 2012 por três anos de qualquer tipo de licitação da instituição depois que ficou provado que a Alstom “pagou de forma imprópria” 110 mil euros em 2002 em um projeto na Zâmbia. “O grupo ainda pagou uma restituição de US$ 9,5 milhões”, declarou a Alstom no documento aos investidores. A suspensão até 2015 vale também para outros bancos de desenvolvimento.
A União Europeia, relata o documento, condenou a companhia por formação de cartel. Em 2007, a Comissão Europeia impôs uma multa de 65 milhões de euros contra a Alstom por conta de um equipamento no setor do gás. Depois de um recurso, a multa foi reduzida para 58,5 milhões de euros. Em 2011, a Alstom pediu à Corte de Justiça da UE que anule a decisão e uma definição será anunciada em 2014. Bruxelas também condenou a multinacional por participar de cartel no setor de energia. Em 2009, uma multa de 16,5 milhões de euros foi imposta, mas um recurso foi apresentado pela companhia.
A Alstom ainda cita mais dois casos em que é acusada: em Londres e em Israel. Na capital inglesa, o processo refere-se ao setor de energia e, em Israel, a empresa foi condenada em setembro de 2013 também por formação de cartel no setor de gás.