"12 Anos de Escravidão" chega ao Brasil na segunda-feira (24)

Obra autobiográfica inspirou o filme que ganhou o Bafta, o Oscar britânico e está em cartaz nos cinemas

Por Xandra Stefanel, especial para Rede Brasil Atual
Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014


O filme é de orçamento baixo para os padrões de Hollywood, tem temática histórica e social faturou o prêmio de Melhor Filme no British Academy Films Awards, o Bafta, considerado o “Oscar britânico". Chiwete Ejiofor, que interpreta o personagem principal, ganhou como Melhor Ator. 12 Anos de Escravidão também concorre a nove prêmios na academia americana e talvez traga o primeiro Oscar a um diretor negro, Steve McQueen, no dia 2 de março.

O livro homônimo que inspirou o longa-metragem será lançado no Brasil na segunda-feira (24), pela Companhia das Letras (R$ 22,50). A autobiografia conta a história real do violonista Solomon Northup, um negro que gozava da liberdade em Saratoga, no estado de Nova York, quando aceita uma proposta de trabalho falsa e é sequestrado e vendido como escravo na Louisiana.

O violonista fica escravizado durante 12 anos, de 1841 a 1853 e aprende rápido que a única forma de sobreviver é mostrando submissão e escondendo que é alfabetizado.

Na obra, os senhores de escravos representam bem uma “classe” americana que tratava os negros com assustadora crueldade. E o filme não alivia: não há patrões brancos bondosos nem flertes entre brancos e negras. Há, sim, estupros, chibata, tortura e humilhação. Muita humilhação.

Além de Chiwete Ejiofor, o filme tem no elenco Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Garret Dillahunt, Paul Giamatti, Scoot McNairy, Lupita Nyong`o e Brad Pitt, que também assina como produtor. Está em cartaz em cinemas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Brasília.

A narrativa original de Solomon, lançada há 160 anos, é impecável. E sua representação cinematográfica não fica para trás. Livro e filme são um retrato chocante da escravidão praticada pelos americanos depois da Guerra Civil.

Durante a entrega do prêmio no Royal Opera House, em Londres, no último domingo (16), o diretor lembrou que apesar de seu filme tratar sobre uma história antiga, ainda hoje há pessoas que vivem em situações parecidas no mundo todo. “Há 21 milhões de pessoas em escravidão enquanto estamos sentados aqui. Espero que daqui a 150 anos nossa ambivalência não permita que outro cineasta faça um filme como este”.




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