Há um “golpe em gestação” para tomar o petróleo da Venezuela, diz embaixador no Brasil

Diego Molero, ex-ministro da Defesa, diz que grupos de ultra-direita estão sendo financiados pelos EUA para derrubar Maduro

Por Operamundi
Sábado, 22 de fevereiro de 2014


O embaixador da Venezuela no Brasil, Diego Molero, entra em seu escritório, na embaixada venezuelana em Brasília, segurando dezenas de cópias de montagens feitas com fotografias, disseminadas pela web. “Veja: essas fotos não foram tiradas na Venezuela, mas em países como Egito, Chile e até o Brasil”, fala, enquanto passa as páginas, antes de começar a entrevista exclusiva com Opera Mundi.

Ele lamenta o que o governo venezuelano classifica de “guerra midiática” e critica informações disseminadas por meios de comunicação de seu país e internacionais, que acusam o presidente Nicolás Maduro de reprimir manifestantes e não permitir a liberdade de imprensa. “Se há um país, se há um governo, que realmente respeitou, respeita e continuará respeitando os direitos humanos de sua população, é o venezuelano”, diz.

O diplomata, com uma carreira militar de mais de 35 anos, recebeu Opera Mundi para comentar a atual onda de violência na Venezuela, desatada após três pessoas morrerem e mais de 60 ficarem feridas durante uma manifestação da oposição em Caracas, em 12 de fevereiro. Na conversa, repudiou a ação do que chama de grupos radicais, liderados principalmente pelo dirigente opositor Leopoldo López, do partido Vontade Popular, detido nesta terça-feira (18/02).

Segundo ele, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe e os Estados Unidos estão por trás dessas ações violentas, sendo que o objetivo principal é a posse do petróleo venezuelano. De acordo com a Opep (Organização do Países Exportadores de Petróleo), a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, com 296,5 bilhões de barris em seu solo. “Sabemos que temos mais de 120 anos de petróleo e os EUA, 20, e essa é uma realidade que eles visualizam”, salienta.

Ministro da Defesa de outubro de 2012 a julho de 2013, período marcado pelo retorno do presidente Hugo Chávez a Cuba para se tratar de um câncer e, depois, seu falecimento em 5 de março do ano passado, Molero garantiu que as forças armadas da Venezuela estão preparadas para uma eventual situação de quebra da ordem constitucional. “Hoje temos uma força armada humanista, que é do povo, e para o povo, e está estabelecida para apoiar seu povo”, sublinha.




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