Sistema inútil da Alstom é mantido pelo Metrô

Companhia decide continuar com contrato de monitoramento eletrônico dos trens apesar de inúmeras falhas

Por Spresso SP
Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


O Metrô de São Paulo decidiu nesta quinta-feira (20) manter contrato com a multinacional francesa Alstom para implementação do CBTC , um sistema eletrônico que permitiria reduzir os intervalos entre os trens, em uma tentativa da companhia de diminuir a lotação das composições. Só que o sistema não funciona direito, e os operadores que o monitoram chegam a perder a visibilidade das composições na tela do computador, o que levou os próprios funcionários da empresa a chamá-los de “trem fantasma”. Há ainda casos de trens que abrem as portas em pleno movimento, pondo em risco a vida dos passageiros.

O problema levou o promotor Marcelo Milani a dar prazo para que o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, desse explicações ao prazo que se esgotou hoje. O representante do Ministério Público de São Paulo, no último dia 3, declarou que, se as explicações não fossem convincentes, pediria a suspensão do contrato com a Alstom. No mesmo despacho, Milani exigiu a suspensão de contratos de reformas de trens da companhia, por suspeita de estarem viciados e com ausência de competitividade. A multinacional francesa é investigada sob a suspeita de liderar cartel que atua no sistema metroferroviário de São Paulo, fraudando licitações, e por pagamento de propinas para obtenção de contratos sem licitação com o governo paulista.

O contrato com a Alst0m para a instalação do sistema CBTC – sigla em inglês para Sistema de Controle de Trens Baseado em Comunicação – foi assinado em 2008, durante a gestão de José Serra (PSDB). O valor a ser pago foi de R$ 276 milhões e o sistema deveria ter sido entregue em 2010. Houve atrasos na implementação, cobrança de multa à empresa e suspensão dos pagamentos por um ano.

Desde que foi implementando na Linha 2-Verde (Vila Prudente-Vila Madalena), aos domingos, em fase de testes, o sistema tem apresentado inúmeras falhas, provocando paralisações constantes dos trens. O Metrô disse que vai manter o contrato por não ver irregularidades nele e para evitar indenização que teria de pagar por quebra de contrato.




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