Robson Marinho recebeu US$ 1,1 mi da Alstom

MP detalha como Robson Marinho recebeu US$ 1,1 mi em propina da Alstom

Por Spresso SP
Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014


O ex-chefe da Casa Civil do governador Mário Covas, Robson Marinho, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), teve uma conta do Credit Agricole, em Genebra (Suíça), irrigada pela Alstom em US$ 1,1 milhão entre 1998 e 2005. A Procuradoria da República e o Ministério Público Estadual, que investigam o caso, estão convencidos de que os recursos depositados na conta secreta de Marinho têm origem no esquema de propinas. Os documentos que comprovam as transferências foram enviados pela Justiça Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o conselheiro será investigado, uma vez que tem foro privilegiado.

A conta que recebeu a propina foi aberta em 13 de março de 1998 em nome da offshore (empresa aberta no exterior, geralmente em paraísos fiscais) Higgins Finance Ltd. Marinho tem, desde janeiro de 1998, autorização para responder pela empresa. À época, ela já era conselheiro do TCE, indicado por Covas.

De acordo com a apuração da Procuradoria e do MPE, a conta recebeu US$ 953 mil em oito transferências realizadas entre 1998 e 2005 pelo empresário Sabino Indelicato, suspeito de ser o “laranja” de Marinho. Indelicato, ex-prefeito de São José dos Campos (SP), recebeu da Alstom R$ 2,1 milhões a título de serviços de consultoria (já apurado que foram fictícios) à sua empresa Acqua Lux. Essa empresa tem endereço fantasma na cidade de Monteiro Lobato, em uma residência humilde cujos moradores jamais ouviram falar de Indelicato ou de Acqua Lux.
Os recursos depositados pela Alstom à Acqua Lux foram depois transferidos a uma conta de Indelicato no mesmo banco suíço em que Marinho tem a sua – abertas com a diferença de três dias. Por meio dessa conta é que o empresário transferiu os US$ 957 mil ao conselheiro do TCE.

A conta de Marinho recebeu mais US$ 146,5 mil por meio da offshore MCA Uruguay, empresa aberta nas Ilhas Virgens Britânicas. A MCA é gerida pelo empresário Romeu Pinto Júnior – que, assim como Indelicado, está entre os 11 réus investigados pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo a partir de denúncia apresentada em 31 de janeiro pelo Ministério Público Federal. A MCA recebeu da Alstom R$ 40,1 milhões, dinheiro, segundo as investigações, destinado a pagar propina a agentes públicos e políticos para que a empresa francesa conseguisse contratos com estatais paulistas.




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