Alckmin substituirá secretário suspeito de corrupção

Cotado para o cargo é o ex-secretário de Segurança Pública Saulo de Castro Abreu, que responde a 2 ações

Por Spresso SP
Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deve trocar o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, um de seus três auxiliares suspeitos de receber propina de cartel, liderado pelas multinacionais Siemens e Alstom, que fraudava licitações do sistema metroferroviário de São Paulo durante as gestões tucanas no Estado. Para seu lugar, está cotado o ex-secretário de Segurança Pública Saulo de Castro Abreu Filho, atual secretário de Logística e Transportes. A informação foi publica nesta quinta-feira na coluna de Mônica Bergamo, na “Folha de S. Paulo”.

Além de Aparecido, são também suspeitos de receber suborno do cartel os secretário José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Como todos são deputados federais licenciados, a investigação sobre a participação deles no esquema está no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte só poderá iniciar a apuração quando for provocada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem cabe a iniciativa de solicitar a abertura do processo.

Saulo de Castro assumiu a Secretaria da Segurança Pública do Estado em 2002 no governo de Geraldo Alckmin e permaneceu até no fim da administração do vice-governador Cláudio Lembo (2006), que assumiu o governo quando Alckmin licenciou-se para disputar a reeleição. Antes, em 2001, presidiu a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), atual Fundação Casa.

Saulo responde a ação penal na Justiça paulista por abuso de autoridade. O secretário tinha pedido suspensão da ação, que foi negada pelo ministro do STF Eros Grau. Segundo consta na ação, no dia 14 de maio de 2005, o então secretário de Segurança ia em seu carro particular (seguido por escolta), junto com sua esposa e um casal de amigos, a um restaurante japonês em São Paulo. Um cavalete de trânsito interditava a via pública nas proximidades do restaurante, para o atendimento privativo dos clientes.

Diante da situação, o secretário, preso no congestionamento, teria solicitado ao delegado geral da Polícia Civil que verificasse a causa da interdição da rua e regularizasse a situação no local. O fato levou alguns funcionários do restaurante à prisão. O Ministério Público paulista iniciou a investigação dos fatos e denunciou Saulo de Castro por crime de abuso de autoridade, previsto na Lei 4.898 /65.

Saulo também responde a outra ação, proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), acolhida pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2006. O processo deve-se a entrevista concedida pelo então secretário à rede Bandeirantes de televisão, quando afirmou que o “Partido dos Trabalhadores (PT) estaria por trás de atentados terroristas praticados pela organização criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC), crimes que visavam desestabilizar o governo do Estado de São Paulo”, durante o ano eleitoral de 2006.

Em fevereiro de 2011, o secretário, a mulher e a filha foram feitos reféns ao terem a casa invadida à noite por quatro bandidos armados de pistolas e revólveres, na região do Alto de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.




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