Trégua fracassa e oposição pede adiantamento de eleição presidencial na Ucrânia
Ao menos 43 pessoas morreram no país devido aos confrontos com a polícia nos últimos três dias
Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Um dia após o anúncio de trégua entre governo e oposição, novas mortes foram registradas em confrontos entre a polícia e manifestantes em Kiev. De acordo com agências de notícias, ao menos 17 pessoas morreram nesta quinta-feira (20/02), elevando para 43 o número de vítimas fatais nos últimos três dias.
Centenas de opositores radicais fizeram as forças policiais, que cercavam a Praça da Independência, recuarem, enquanto era possível ouvir disparos.
Os policiais, que carregavam vários feridos, saíram correndo em direção à rua Grushevski, que em janeiro foi cenário de uma batalha campal.
Os manifestantes, equipados com capacetes, escudos, paus e coquetéis molotov, tomaram o controle da Praça Europa, próxima da rua Grushevski, onde se encontra a sede do governo.
A Rada Suprema (Parlamento), situada a poucos metros da Praça Europa, começou a ser evacuada. "Pediram para deixarmos [a Rada Suprema] com urgência", disse à imprensa local o deputado Vladimir Litvin enquanto saía da sede do Legislativo.
A nova onda de violência aconteceu pouco depois que o Ministério do Interior denunciou que um franco-atirador posicionado no alto de um edifício próximo da Praça da Independência (Maidan) tinha ferido mais de 20 efetivos das forças de segurança.
Os enfrentamentos começaram depois de uma noite de relativa calma na capital ucraniana.
Na última hora da quarta-feira, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, e os líderes da oposição com representação parlamentar concordaram em estabelecer uma trégua para estabilizar a situação no país. No entanto, a oposição radical rejeitou o acordo com as autoridades.
Pouco depois do início dos confrontos, o dirigente opositor Vitali Klitschko exigiu que Yanukovich convoque eleições presidenciais antecipadas.
"O derramamento de sangue continua. O presidente Yanukovich deve convocar eleições presidenciais antecipadas. É o único meio de frear a violência", afirmou Klitschko em mensagem aos ucranianos.
Klitschko acusou as autoridades de "provocações sangrentas à vista de todo o mundo".
"Esses planos estão destinados ao fracasso. Devemos frear o derramamento de sangue", disse Klitschko. O opositor pediu ainda que os ucranianos não permitam excessos nas ruas da capital.