Sem acordo, trabalhadores em TI em São Paulo anunciam greve por tempo indeterminado

Segundo o sindicato da categoria, são 110 mil trabalhadores no estado. Eles reivindicam reajuste de 8,8%, enquanto empresas oferecem 6,5%

Por Rede Brasil Atual
Terça-feira, 18 de fevereiro de 2014


Trabalhadores em TI (tecnologia da informação) do estado de São Paulo ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira (21). Os funcionários aprovaram a paralisação em assembleia realizada no sábado (15), após cinco rodadas de negociação com o setor patronal, sem chegar a um acordo para a campanha salarial.

Com data-base em 1º de janeiro, eles reivindicam, entre aumento real e reposição da inflação (medida pelo INPC-IBGE em 5,56% em 12 meses, até dezembro), reajuste de 8,8% nos salários e de 10,3% nos pisos. O valor atual dos pisos são de R$ 1.055 para digitador, R$ 1.170 para quem exerce atividades técnicas e suporte helpdesk e R$ 840 para atividades administrativas. A pauta inclui ainda vale-refeição de, no mínimo, R$ 16 e abertura de negociação para pagamento pela participação nos lucros ou resultados (PLR) em todas as empresas.

A proposta apresentada pelo setor patronal inclui reajuste de 6,5% para os salários e 7% para os pisos, planos para negociação da PLR em empresas com mais de 10 trabalhadores e vale-refeição de R$ 14, para companhias com mais de 35 funcionários.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd), o setor cresceu em média 10% nos últimos cinco anos, e apresenta déficit de 120 mil trabalhadores. "Os empresários alegam que a lucratividade das empresas vem caindo e que não conseguem atender as reivindicações para manter os empregos em suas companhias. Sabemos que isso não é verdade, afinal, são esses mesmos empresários que reclamam da falta de mão de obra"”, afirma o presidente da entidade, Antonio Neto. Segundo ele, muitas empresas estão procurando o sindicato para fechar acordos isolados, o que na avaliação do dirigente pode ser uma solução pontual e limitada.

Durante greve realizada em 2011, os serviços bancários e de telecomunicações foram os mais atingidos. Com atuação em diferentes setores, os trabalhadores acreditam que, este ano, a implementação de projetos para a Copa do Mundo podem ser afetados.

A categoria tem aproximadamente 110 mil trabalhadores – cerca de 45% atuam na região metropolitana de São Paulo. Procurado, o Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo (Seprosp) não deu retorno.




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