Atitude racista contra jogador do Cruzeiro gera indignação entre petistas

Vários senadores petistas também se solidarizaram com o jogador Tinga. Entre eles o senador Eduardo Suplicy (SP), Lindberg Farias (RJ) e Paulo Paim (RS)

Por Héber Carvalho, PT na Câmara
Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014


Parlamentares da Bancada do PT lamentaram , no Plenário, as manifestações racistas ocorridas na ultima quarta-feira (12) contra o jogador brasileiro Tinga, do clube mineiro Cruzeiro, durante partida contra o Real Garcilaso, na cidade de Huancayo, no Peru. O deputado Edson Santos (PT-RJ), que foi ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no governo Lula, casos como o do Peru precisam ser banidos do esporte. “É preciso ir além da retórica em condenar o ato. Tem que haver punição rigorosa”, cobrou.

Durante o jogo válido pela Libertadores da América, torcedores na arquibancada imitavam o som de macaco todas as vezes que o jogador brasileiro tocava na bola. Para o parlamentar petista, as entidades que administram o futebol, como a Fifa e a Conmebol, deveriam excluir de competições os clubes que tenham torcedores que pratiquem atos de racismo durante partidas. “Quando isso começar a ocorrer com os clubes, a história vai mudar”, disse.

Plenário- A deputada Iara Bernardi (PT-SP) disse que o episódio é grave, e lamentou que tivesse ocorrido em “um País da América Latina, como o Peru, onde a população indígena é tão discriminada como os negros”.

Na mesma linha, os deputados Luiz Sérgio (PT-RJ) e Valmir Assunção (PT-BA) também condenaram a atitude da torcida do Real Garcilaso. Para o parlamentar fluminense, o racismo sofrido pelo jogador brasileiro “precisa ser derrotado na raiz, e de todas as formas que se manifesta”.

Já Valmir Assunção classificou o episódio de lamentável e disse que “a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), junto com a Conmebol, tem de aplicar o artigo 12 do Estatuto da entidade”. O artigo 12 da Conmebol diz que agremiações ou clubes cujos torcedores tenham comportamentos discriminatórios – seja por motivos de cor da pele, raça, etnia, idioma, credo ou origem – podem ser multados em no mínimo US$ 3 mil.

O mesmo artigo do documento diz que o clube poderá ser julgado pelo órgão disciplinar da entidade, que tem competência para impor sanções adicionais. Entre as medidas estão desde jogos com portões fechados, e perda de mando de campo, até a eliminação da competição.

Vários senadores petistas também se solidarizaram com o jogador Tinga. Entre eles o senador Eduardo Suplicy (SP), Lindberg Farias (RJ) e Paulo Paim (RS).

Repúdio- A presidenta Dilma Rousseff, em sua conta no Twitter, também condenou a atitude racista contra o jogador brasileiro. “Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga”. Lembrou que ao sair do jogo, “Tinga disse que trocaria seus títulos por um mundo com igualdade entre as raças. Por isso, hoje o Brasil inteiro está fechado com o Tinga”, afirmou Dilma.

A presidenta disse ainda que o Brasil utilizará a Copa do Mundo para levar a mensagem de combate ao racismo a todos os países. “Acertei com a ONU e a FIFA que a nossa Copa das Copas também será a Copa contra o racismo. Porque o esporte não deve ser jamais palco para o preconceito”.




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