O prefeito de São Paulo Fernando Haddad concedeu uma longa entrevista à BBC Brasil a respeito dos 13 primeiros meses de gestão à frente da maior cidade da América Latina. Na conversa com o repórter Maurício Moraes, Haddad se revela mais crítico e ácido em relação aos setores da Pauliceia que não têm medido esforços para criticá-lo.

Logo de início, Fernando Haddad tece duras críticas ao setor mais abastado de São Paulo. “Hoje temos uma elite míope, fazendo carga no Congresso para não votar a renegociação da dívida. Temos dezenas de editoriais nos jornais contra a renegociação da dívida”, criticou o prefeito. Ainda sobre a questão, Haddad diz ter “certeza” de que termina o seu mandato com a dívida renegociada.

Em outro trecho da conversa, o prefeito voltou a criticar a elite paulistana que, para ele, tem “falta de comprometimento” com a cidade. “Hoje infelizmente temos um poder econômico amesquinhado e empobrecido do ponto de vista espiritual, mas muito rico do ponto de vista material”, disse Haddad.

O prefeito disse ainda que o seu Plano Diretor é “revolucionário”. “A grande vantagem do Plano Diretor é que ele organiza o investimento privado. Hoje o investimento privado faz o que quer na cidade. Constrói onde quer. Destrói bairros e cria verdadeiros paliteiros de prédios enormes. Sobrecarrega a infraestrutura da cidade. Nós estamos ordenando a ocupação territorial de maneira revolucionária”, avaliou.

Haddad defendeu também a política de corredores de ônibus e a implantação do Bilhete Único Mensal. O prefeito ainda exaltou a Operação Braços Abertos, realizada na Cracolândia, e a criação da Corregedoria do Município. Questionado sobre o porquê de tais ações não terem, ainda, surtido efeitos na avaliação do seu governo, ele declarou que não se “importa” com a popularidade.

Confira a entrevista na íntegra: http://spressosp.com.br/2014/02/elite-de-sao-paulo-e-mesquinha-diz-fernando-haddad/