O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta sexta-feira (07/02) que o país conseguirá a paz, seja "por bem ou por mal", porque, segundo ele, esse é o anseio nacional, enquanto uma minoria de "irracionais" quer prolongar a guerra que já dura 50 anos.

Ele se referiu hoje às negociações de paz entre seu governo e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) durante um evento em Huila. "O processo de paz será alcançado de qualquer forma, por bem ou por mal. Vamos conseguir a paz porque é o que todo o povo colombiano quer", declarou.

Santos acrescentou que em suas andanças pelo país as pessoas manifestam o desejo que se alcance a paz e, por isso, seguirá mantendo esse propósito.

"Somente alguns poucos irracionais querem manter a guerra na Colômbia. Querem que sigamos matando os filhos da própria nação. Mas a imensa maioria dos colombianos, especialmente em departamentos como Huila, que sofreram tanto com a violência, anseiam a paz e vamos seguir perseverando isso", manifestou.

O governo e as FARC iniciaram em novembro de 2012 as negociações que já produziram acordos em dois pontos da agenda, um sobre terras e outro sobre participação política do grupo armado. Atualmente eles discutem o tema das drogas ilícitas.
Apesar dos avanços, o processo foi fortemente criticado por alguns setores políticos, entre eles o liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), que considera que as negociações deixarão impunes os crimes cometidos pela guerrilha.

Nesta semana, os diálogos de paz passaram por um momento delicado, depois que a Revista Semana divulgou que militares colombianos estavam espionando os negociadores de seu próprio governo. A cúpula de inteligência do Exército foi demitida e as FARC denunciaram que seus membros também estavam sendo grampeados e que tal operação era de responsabilidade de Uribe.