Cerca de 857 mil pessoas precisam de ajuda por falta de comida na Somália
Número, no entanto, sofreu forte redução desde 2011, quando, durante crise de fome, 4 milhões eram atingidos
Terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Cerca de 857 mil pessoas – entre elas, 203 mil crianças menores de cinco anos – necessitam de "assistência humanitária urgente" por falta de alimentos na Somália, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira (04/02) em Nairóbi pela Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Das crianças, ainda há 51 mil gravemente desnutridas e com maior risco de morte.
O número, no entanto, sofreu uma redução desde 2011, quando 4 milhões de pessoas precisavam de ajuda durante a crise de fome que castigou o país. O relatório aponta como motivos para a redução as chuvas, os baixos preços dos alimentos e a assistência humanitária.
A maioria das 857 mil pessoas citadas anteriormente é de deslocados internos, detalha a FAO, ao acrescentar que a segurança alimentar de outros 2 milhões de pessoas "continua frágil" na Somália.
O país se encontra no meio de um longo e complexo conflito armado. As tropas da Missão de União Africana na Somália (Amisom), o exército somali e várias milícias governistas combatem a Al Shabab, a milícia fundamentalista islâmica dominante desde 2006, e que controla amplos territórios do Centro e do Sul do país.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando caiu o governo de Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem uma administração efetiva e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra e grupos de criminosos armados.