Prefeitura abre diálogo com organizadores dos "rolezinhos"

Prefeitura se reuniu nesta quarta-feira (29) com organizadores dos rolezinhos, Ministério Público Estadual e associação de shoppings para buscar alternativas para os encontros dos jovens

Por Portal Prefeitura de São Paulo
Quinta-feira, 30 de janeiro de 2014



A Prefeitura de São Paulo se reuniu nesta quarta-feira (29) com os organizadores dos `rolezinhos` - como são conhecidos os encontros feitos por jovens em shoppings da cidade -, Ministério Público Estadual (MPE) e Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). O encontro foi articulado pela Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial.


"O prefeito Fernando Haddad solicitou que, de alguma forma, a Prefeitura tentasse ouvir a juventude organizadora dos rolezinhos e, em 15 dias de conversa, percebemos que eles estavam interessados em ter uma relação mais tranquila com os shoppings e que tinham também muitas críticas em relação aos espaços públicos da Prefeitura", afirmou o secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial, Netinho de Paula. Durante o encontro, a Prefeitura definiu que colocará praças, parques e equipamentos públicos à disposição dos rolezinhos.

O secretário Netinho de Paula relatou que a migração dos jovens para os centros de compras da cidade se deu de forma natural, uma vez que buscavam locais seguros para que pudessem se reunir. Algo que, segundo eles, não encontravam em logradouros públicos. "Os jovens reclamavam que a Polícia chegava com muita truculência quando eles organizavam coisas nos parques e ruas. E nos shoppings, eles entendiam que não seriam agredidos", disse.

Segundo Netinho, os organizadores dos rolezinhos serão responsáveis por apresentar à Prefeitura projetos de eventos que desejam promover. "Esses eventos terão o formato que eles querem, com os artistas que eles querem e nós vamos entrar com as praças, equipamentos e com a contratação dos artistas", afirmou o secretário, destacando que o Ministério Público Estadual intermediará junto ao Estado para provir segurança a esses encontros.

Dinâmica semelhante se dará junto aos shoppings. "A gente vai conversar, e vamos ver qual é a necessidade deles e o que a gente consegue oferecer", disse Sonia Lim, gerente de marketing do Shopping Itaquera. "O que ficou combinado é de que não haverá mais rolezinhos sem a anuência do shoppings", afirmou ela.

"A gente quer se divertir. Queremos parques e música no fim de semana. A gente não quer fazer bagunça no shopping. Nós estamos querendo fazer uma coisa organizada, sem baderna. Quem estiver no nosso meio, nós vamos tirar", disse Duda Mel, um dos organizadores de rolezinhos na zona norte, referindo-se aos jovens que se juntam aos encontros para fazer baderna ou saquear lojas. "Queremos também mostrar o nosso trabalho. Sou cantor de funk e quero levar a minha música para outras regiões", disse MC Chaverinho, um dos principais organizadores dos rolezinhos na Zona Leste.

Chaverinho adiantou que o próximo rolezinho deve acontecer em um parque, ainda sem data e local definidos. O evento será aproveitado para a arrecadação de brinquedos e alimentos para o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). "Se a gente tiver os shoppings, a segurança pública, o poder público com a gente, vamos fazer isso com mais qualidade. Um dia buscamos brinquedos, amanhã podemos buscar sangue (para doação)", afirmou o músico.

O secretário Netinho de Paula afirmou que a Prefeitura pretende aproveitar o poder de mobilização desses jovens para divulgar campanhas da administração pública, tal como as de vacinação, por exemplo.




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