A força da economia africana

Região subsaariana deve expandir o PIB em 5,3% em 2014; Angola e Moçambique com taxas na casa dos 8%

Por Brazil África
Quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


As economias emergentes devem crescer 5,3% em 2014, impulsionadas pelo robusto crescimento da China e por índices melhores nos países ricos. Na África, Angola e Moçambique destacam-se, com previsões na casa dos 8%. As informações fazem parte do relatório “Perspectivas Econômicas Globais”, divulgado esta semana pelo Banco Mundial.

Em 2013, a África subsaariana cresceu 4,7%, motivada pelo fortalecimento do mercado interno e por investimentos estrangeiros não só em setores tradicionalmente beneficiados, como petróleo, gás e mineração, como em setores não-extrativistas. A previsão é que a região alcance os 5,3% em 2014.

De acordo com o Banco Mundial, em muitos países da região, os programas governamentais de investimentos em infraestrutura para aumentar a capacidade de exportação beneficiaram a economia local. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 7,3% no ano passado, o que demonstra o aumento da capacidade de produção e a confiança dos empresários. A desaceleração contínua da inflação em algumas nações – puxada pela redução no preço dos alimentos e por mudanças nas políticas monetárias – somada ao aumento de 6,2% nas remessas, deve contribuir para o aumento do consumo interno.

A instituição alerta, no entanto, para os índices de desemprego e pobreza que continuam elevados na região e podem influir negativamente no nível de consumo. Outros fatores internos, como aumento da dívida pública, a insegurança provocada por conflitos e choques climáticos também podem impactar a economia.

Como fatores externos, o relatório cita a desaceleração no crescimento dos mercados emergentes e a lenta recuperação das economias desenvolvidas, que poderiam causar uma queda nos preços de commodities, o que, de acordo com o Banco, reduziria o ritmo de crescimento, mas não geraria um colapso econômico na região. Nesse cenário, os países que dependem das exportações de minerais seriam os mais prejudicados.

Angola e Moçambique com crescimento acima da média

Os parceiros brasileiros Angola e Moçambique crescerão em 2014, em termos relativos, mais que a China. Em 2013, o PIB de Angola manteve-se na média da região, com aumento de 5,1%, e deve acelerar para os 8% em 2014, com previsão de 7,3% e 7% nos dois anos seguintes. Em Moçambique, os conflitos de ordem política, iniciados em outubro, não frearam o crescimento de 7% do PIB, com perspectivas de alcançar os 8,5% neste ano e em 2015.

“O crescimento na região subsaariana deverá ser impulsionado tanto pelos países com recursos naturais quanto pelos outros. Os exportadores de petróleo, liderados pela Angola, deverão crescer, em média, 6,4% entre 2014 e 2016″, aponta o documento.

Gana e Tanzânia – grandes exportadores de minérios, a exemplo de Moçambique – também manterão a tendência de crescimento. Já a África do Sul, principal economia regional, gargalos no setor de infraestrutura, combinadas a tensões nas relações de trabalho e fraca demanda externa contribuíram para o crescimento modesto de 1,9% em 2013, o que impactou os resultados regionais. Excluindo o país do cálculo, o crescimento do PIB da subsaariana alcança 6% de crescimento.

A economia dos países do norte e a primavera árabe

Os países que viveram em 2011 a primavera árabe e vivem um momento de transição política marcado pela instabilidade apresentaram resultados econômicos discretos em 2013, tendência que deve se repetir em 2014. O Egito cresceu 2% em 2013, com perspectivas de chegar a 2,2% este ano. A Argélia deve alcançar 3,3% em 2014, uma leve recuperação em relação ao ano passado, quando o resultado foi de 2,8%.

O Banco Mundial destaca o aumento do desemprego entre jovens, o acesso desigual a oportunidades econômicas, a violência e a necessidade de melhorias na prestação de serviços como fatores que contribuíram para a ocorrência da primavera árabe ainda não superados.

Crescimento abaixo da média no Brasil

O Brasil deve apresentar uma das menores taxas de crescimento entre os países emergentes e inferior à media da economia global em 2014. A previsão é que o PIB se expanda em 2,4% -à frente apenas do Egito e do Irã. A economia mundial deve alcançar 3,2% de crescimento.

A instituição, no entanto, se mostra otimista quanto às perspectivas econômicas brasileiras. O país, de acordo com o Banco, passará por uma fase de recuperação econômica nos próximos dois anos, alavancada por investimentos públicos motivados pelos grandes eventos esportivos sediados no Brasil e pelo aumento nas exportações.




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