Comjuve pede criminalização da homofobia após assassinato

O assassinato de um jovem de 16 anos, identificado como Kaique Augusto Batista dos Santos, que foi encontrado morto, com hematomas na cabeça, na madrugada do último sábado (11), na avenida 9 de julho, em São Paulo, revoltou os movimentos sociais

Por Portal Vermelho
Quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


O assassinato de um jovem de 16 anos, identificado como Kaique Augusto Batista dos Santos, que foi encontrado morto, com hematomas na cabeça, na madrugada do último sábado (11), na avenida 9 de julho, em São Paulo, revoltou os movimentos sociais. Em nota, Conselho Municipal de Juventude de São Paulo (Comjuve) recebeu com consternação a notícia do cruel assassinato do jovem de Kaíque, negro e homossexual.

De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública, Kaique teria dito a amigos que tinha perdido a carteira e o celular durante a festa. O grupo se separou para procurar os objetos e o adolescente não foi mais visto.

Segundo os familiares da vítima, que fizeram o reconhecimento do corpo, o jovem, que apresentava sinais de tortura, estava sem os dentes e com uma barra de ferro dentro da perna.

Leia a íntegra da nota da Comjuve-SP:

Comjuve-SP pede criminalização da homofobia após assassinato de jovem

O Conselho Municipal de Juventude de São Paulo recebe com consternação a notícia do cruel assassinato do jovem de Kaíque Augusto, negro, homossexual, 16 anos. Kaíque foi, infelizmente, mais uma vítima da violência homofóbica de nossa cidade. Seu assassinato na última madrugada do dia 11/01, com traços de tortura como a retirada dos dentes, hematomas na cabeça e uma barra de ferro cravada na perna, nos indignam e reforçam nossa luta pelos diretos da juventude LGBTT.

Em recente relatório da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sobre a violência homofóbica no Brasil em 2012, constatamos que as principais vítimas são jovens de 15 a 29 anos de idade (61,16%). No critério raça/cor, a população negra e parda também aparece no topo da lista das vítimas: 51,1% das vítimas são negras e 44,5% brancas. Com base nesses dados, defendemos que a cidade de São Paulo construa um Plano Municipal de combate à homofobia, no qual a juventude seja prioridade.

É preciso também que o Estado de São Paulo tenha uma política de segurança pública que de fato assegure a vida e os direitos da juventude, seja na questão da liberdade de orientação sexual, seja na questão da circulação nos espaços públicos.

Exigimos nosso direito de viver em uma cidade, e em um país livre de qualquer tipo de violência e preconceito. Não podemos tolerar a banalização da vida humana.

Que a apuração desse caso seja feita, e que imediatamente mude-se a notificação no que diz respeito à causa da morte, onde consta como suicídio e não homicídio.

Nossa solidariedade à família e amigos/as de Kaíque.

Conclamamos toda juventude de São Paulo à luta pela aprovação do PLC 122!
Criminalização da homofobia já!

Conselho Municipal da Juventude de São Paulo


Convocação

Nesta sexta-feira (17), a redação da UJS irá cobrir ao vivo o Ato por Justiça no Caso Kaique e Pela Criminalização da Homofobia e Transfobia.

A concentração será no Largo do Arouche e sairá em caminhada até a Coordenadoria de Diversidade (Coordenação para Políticas LGBT), onde acontecerá uma parada. Em seguida os manifestantes partirão rumo a Avenida 9 de Julho, nas proximidades da Câmara Municipal de São Paulo, com a missão de chamar atenção das autoridades competentes.




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