O Brasil que precisa ser visto

Algumas das iniciativas não se tornam notícia na grande imprensa e a maior parte das pessoas que não dependem de programas sociais nem fica sabendo de ações governamentais importantes para um público que vive à margem da sociedade

Por Marco Aurélio
Quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


O que faz as pessoas gostarem do lugar onde vivem? As respostas são múltiplas, mas destaco algumas, entre elas o fato de se sentirem acolhidas, terem oportunidades e perceberem que encontram nesse ambiente perspectivas de desenvolvimento. Provavelmente, sejam esses os elementos que têm levado milhões de pessoas a apoiar governos que investem no social.

O Brasil ainda está distante de ser o país com os melhores índices de desenvolvimento, mas nos últimos 11 anos, com os governos do PT, primeiro com o ex-presidente Lula e agora com a presidenta Dilma, o olhar foi direcionado para as camadas da sociedade esquecidas há séculos.

Algumas das iniciativas não se tornam notícia na grande imprensa e a maior parte das pessoas que não dependem de programas sociais nem fica sabendo de ações governamentais importantes para um público que vive à margem da sociedade.

Projetos e programas nesse sentido são tão reais e concretos que até mesmo veículos de comunicação com perfil mais conservador abrem espaço para admitir que a mão do Estado tem ajudado pequenas cidades nos rincões do país, muito distantes dos olhos e ouvidos dos polos mais desenvolvidos nos sul e sudeste.

Não à toa, o artigo de autoria de Vinicius Torres Freire, publicado pela Folha de S.Paulo, é ‘Lá no Brasil invisível’. No texto, Freire afirma que “em uma viagem pelo interior mais pobrezinho do Nordeste, este jornalista deu com uma cena que então parecia meio exótica. Crianças alimentadas, numa barulheira alegre, lotavam um ônibus escolar amarelo como aqueles de filme americano, mas estalando de novo. De onde saíra aquilo? Na lataria, estava escrito: ‘Programa Caminho da Escola - Governo Federal’. O jornalista confessa com vergonha que até este ano jamais ouvira falar do ‘Caminho da Escola’".

Ao longo do artigo, ele cita exemplos de ações positivas do Governo Federal, o que seria uma das razões para bons índices de avaliação da presidenta Dilma.

Esse caminho rumo a melhores condições de vida dos brasileiros vem sendo pavimentado nesses últimos anos. Na Educação, por exemplo, enquanto setores conservadores torcem o nariz, o sistema de cotas em universidades vem abrindo as portas a milhares de jovens que num passado recente jamais chegariam perto de cursar o ensino superior. O Prouni (Programa Universidade para Todos) também ampliou o acesso a estudantes de baixa renda, com a concessão de bolsas de estudo.

Sem contar a construção de universidades federais pelo país, ampliada sobremaneira no governo Lula, criticado pelo conservadorismo por não ter título acadêmico. Mais preocupado com ações efetivas, Lula declarou em uma ocasião: “Eu e o saudoso José Alencar fomos os primeiros brasileiros a chegar à Presidência da República sem possuir diplomas universitários. Pois bem, orgulho-me de termos criado 14 novas universidades federais e 126 extensões universitárias, nas mais diversas regiões do país, democratizando o acesso ao ensino superior”. Uma dessas universidades, a UFABC, construída há sete anos, recentemente foi alvo de matéria do jornal Valor Econômico por apresentar “bons conceitos em indicadores acadêmicos oficiais e vem galgando posições em rankings universitários no Brasil e no exterior”.

Bons exemplos sobre os avanços pelo país afora não faltam, basta querer ver e falar a respeito. E alguns dos elencados nesse artigo nos dão a certeza de que vale a pena estar na política para trabalhar pelas mudanças sociais necessárias para tornar visível a face de um Brasil que por muito tempo a elite conservadora não quis olhar.

*Marco Aurélio é deputado estadual pelo PT-SP




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