FARC declaram fim de cessar-fogo unilateral decretado em dezembro
Trégua estava prevista para durar um mês; governo fez "investida homicida" no período, diz grupo
Quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Nesta quarta-feira (15), as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) encerraram a trégua unilateral iniciada em 15 de dezembro. A organização garante ter cumprido o pacto, apesar das "agressões" das Forças Armadas colombianas.
De acordo com o grupo insurgente, o governo realizou na trégua uma verdadeira "investida homicida" e as operações militares "aumentaram em todos os departamentos do país".
"Podemos assegurar que os poucos fatos de guerra nos quais se viram envolvidas unidades nossas durante um mês corresponderam a ações de legítima defesa produzidas diante da perseguição e assédio delirantes que tropas e unidades policiais praticaram sem descanso", afirmou a delegação de paz da guerrilha em declaração lida em Havana, segundo a Efe.
Para o grupo insurgente, os colombianos estão cada vez mais conscientes dessa situação e indicou que seguirá "apostando nas vias de diálogo e reconciliação".
Aberta em 15 de dezembro, esta é a segunda trégua que as FARC declararam desde que se iniciaram os diálogos de paz com o governo da Colômbia, em Havana. O primeiro cessar-fogo unilateral havia começado em 20 de novembro de 2012.
Negociações de paz
Na última segunda-feira (13), o governo colombiano e as FARC retomaram o processo de paz, em Havana. Foi o décimo nono ciclo de conversações para colocar um fim a meio século de conflito armado. Lá, entraram em acordo em dois de cinco pontos da agenda: o desenvolvimento agrário e a participação política.
Na terça (14), a guerrilha propôs uma regulação da produção e comercialização de cultivos ilícitos na Colômbia por meio de um programa que proteja econômica e legalmente os agricultores que cultivam coca, papoula e maconha. Ainda faltam discutir outros dois temas da agenda: o abandono das armas e a indenização das vítimas do conflito.