Pacto nuclear representa "rendição" de potências a nosso programa, diz presidente iraniano

Em novembro, Irã assinou acordo com EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha; medidas passam a valer neste mês

Por Opera Mundi
Terça-feira, 14 de janeiro de 2014


O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse nesta terça-feira (14/01) que o pacto nuclear de Genebra representa a "rendição" das potências do mundo ocidental perante o Irã. As medidas previstas nas negociações de novembro com EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha devem entrar em vigor na próxima segunda-feira (20/01).

"Sabe o que significa o acordo de Genebra? Significa a rendição das grandes potências do mundo perante a grande nação do Irã", disse Rouhani em discurso durante uma visita à cidade de Ahvaz, na província iraniana do Cuzistão, segundo informou a agência de notícias local Irna. "Significa que as grandes potências aceitaram o direito nuclear do povo do Irã e a ruptura das tirânicas sanções impostas de forma injusta ao pacífico povo iraniano", completou.

As declarações do presidente iraniano representam seu esforço em acalmar os críticos locais do pacto. Para eles, o acordo de Genebra representaria uma ameaça ao direito iraniano de enriquecer urânio para fins pacíficos.
"Vamos regular nossas relações com o mundo segundo os benefícios que isso suponha ao povo do Irã", acrescentou o presidente Rouhani.

Teerã e o Grupo 5+1 (China, Rússia, EUA, Alemanha, França e Reino Unido) assinaram em 24 de novembro, em Genebra, um histórico pacto segundo o qual Teerã se comprometia a suspender as partes mais conflituosas de seu programa nuclear — entre elas, o enriquecimento de urânio acima de 5% — em troca de um levantamento limitado das sanções internacionais. Tudo isso por um prazo de seis meses.

Após a entrada em vigor do acordo, que deverá ocorrer na semana que vem, Irã e o G5+1 se deram um prazo de seis meses para buscar um acordo definitivo que ponha fim a uma década de crise nuclear entre a República Islâmica e o mundo.

Várias potências acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, acusação que Teerã rejeita, ao tempo que reivindica seu direito a sustentar um programa nuclear com fins pacíficos sem limites.

A reunião entre o Irã e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para discutir e esclarecer a natureza do programa nuclear do país foi adiada para 8 de fevereiro. Sem informar o motivo da alteração, a agência de fiscalização nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou nesta terça-feira (14/01) a prorrogação do encontro, previsto originalmente para a próxima terça, 21 de janeiro.

As negociações entre o Irã e a AIEA são separadas, mas não totalmente, do pacto com as potências mundiais. Também em novembro, o país fechou acordo de cooperação com a agência da ONU delimitando os seis primeiros passos a serem tomados pelo país nos próximos três meses. Uma das medidas concede acesso à AIEA a duas instalações nucleares, além do fornecimento de informações.

*Com informações da Agência Efe




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