Em resposta à reportagem publicada no portal da organização Agência Pública e republicada por veículos impressos e na internet, nesta quinta-feira, 9, sobre recursos públicos aplicados na construção de estádios de futebol para a Copa do Mundo, versus recursos para a educação, o Ministério da Educação contesta todos os dados sobre a educação apresentando números.

Os dados do Portal da Transparência usados na reportagem da Agência Pública desconsideram recursos da área da educação aplicados nas cidades-sedes da Copa em 2013. Nas 12 cidades que vão sediar a Copa do Mundo em 2014, o governo federal investiu, em educação, R$ 49,4 bilhões em 2013, conforme segue a discriminação dos recursos por cidade:

Salvador - Sobre a cidade de Salvador, a Agência Pública divulga que o governo federal aplicou R$ 323 milhões em obras do estádio e R$ 133 milhões em educação. O Ministério da Educação informa que para Salvador foram destinados, em 2013, R$ 5,4 bilhões (R$ 5.447.846.257,32).

Recife – A Agência Pública divulga que o estádio recebeu R$ 400 milhões e a educação R$ 123 milhões. O MEC rebate. O investimento feito na cidade de Recife foi R$ 3,2 bilhões (R$3.256.045.873,84), em 2013.

Cuiabá – Segundo a Agência Pública, a cidade recebeu R$ 339 milhões para o estádio e R$ 226 milhões para a educação. O recurso destinado a Cuiabá, em 2013, foi de R$ 1,2 bilhão para a educação (R$ 1.257.441.233,39).

Porto Alegre – Segundo a Agência Pública, o recurso federal para o estádio foi R$ 275 milhões e para a educação, R$ 143 milhões. Para a cidade de Porto Alegre foram destinados R$ 3,4 bilhões (R$ 3.436.656.655,88), em 2013.

Manaus – A Agência informa que o estádio recebeu R$ 400 milhões e a educação R$ 274 milhões. O Ministério informa que o recurso destinado para a cidade de Manaus, em 2013, foi R$ 1,7 bilhão (R$ 1.712.772.501,05).

Fortaleza – De acordo com a Agência, o estádio recebeu R$ 351 milhões para as obras, enquanto a educação, R$ 318 milhões. O MEC registra que o recurso destinado para a educação em Fortaleza foi de R$ 3,7 bilhões (R$ 3.704.846.850,43), em 2013.

Belo Horizonte – Conforme a Agência, os recursos para o estádio somam R$ 400 milhões e para a educação, R$ 238 milhões. O Ministério informa que o investimento para Belo Horizonte foi de R$ 3,8 bilhões (R$ 3.899.667.322,06), em 2013.

Curitiba – Os valores divulgados pela Agência Pública são R$ 234 milhões para o estádio e R$ 99 milhões para educação. O Ministério da Educação informa que para Curitiba foram destinados, em 2013, R$ 3 bilhões (R$ 3.072.364.856,71).

Natal – A Agência informa que o estádio recebeu R$ 396 milhões em recursos públicos e a educação, R$ 149 milhões. O MEC informa que o investimento feito em Natal foi R$ 1,8 bilhão (R$ 1.884.406.119,88), em 2013.

Nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, a Agência informa que os recursos transferidos para as obras dos dois estádios foram ligeiramente menores do que para a educação. Segundo a Agência, Brasília não teve recursos federais para a construção do estádio Mané Garrincha. Também nestes três casos, o MEC informa os recursos da educação divulgados pela Agência estão incorretos. Veja os números:

Rio de Janeiro – Segundo a Agência, o estádio recebeu R$ 400 milhões e a educação, R$ 1,6 bilhão. O MEC informa o dado correto: destinou para a cidade do Rio de Janeiro, em 2013, R$ 6,3 bilhões (R$ 6.397.395.967,99), para aplicar em educação.

São Paulo – Segundo a Agência, a cidade recebeu R$ 400 milhões para o estádio e R$ 465 milhões para a educação. O MEC informa que o recurso destinado para a cidade de São Paulo foi R$ 7,5 bilhões (R$ 7.543.877.698,13), em 2013.

Brasília – Segundo a Agência, o estádio não recebeu recursos federais para as obras do estádio e a educação recebeu, nos últimos quatro anos, R$ 33 bilhões. O MEC informa que a verba destinada à Brasília foi R$ 7,8 bilhões (R$ 7.816.667.400,89), em 2013.

Ao volume de R$ 49,4 bilhões transferidos pelo governo federal, em 2013, para aplicar na educação nas 12 cidades-sedes da Copa do Mundo, ainda devem ser acrescentados uma estimativa de R$ 7,3 bilhões no Novo Fies e 2,06 bilhões no Pronatec. Os números apresentados na reportagem não envolvem ainda orçamentos estaduais e municipais.