Com intermediação de governos, GM e metalúrgicos voltam a se reunir na sexta-feira
Os trabalhadores querem suspensão de demissões e abertura de um processo de negociação, após fechamento de setor. Também exigem cumprimento de acordo para investimentos na região
Quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Com presença de representantes dos governos federal e estadual, dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e da General Motors vão se reunir na próxima sexta-feira (10), às 15h30, em São Paulo, para discutir as demissões anunciadas no final do ano pela montadora. Segundo informações do sindicato, o encontro, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, terá as presenças do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, diretor da GM, do secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Tadeu Morais, e do superintendente regional, Luiz Antônio de Medeiros.
O número de empregos eliminados é de aproximadamente mil, diz a assessoria da montadora. Na semana passada, após um encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Moan chegou a falar em 1.053 cortes, incluindo adesões a um programa de demissões voluntárias (PDV).
Os trabalhadores querem a suspensão imediata das demissões e abertura de um processo de negociação, após a suspensão da produção do veículo Classic e fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA) na unidade do interior paulista. Eles também pedem o cumprimento do acordo assinado em julho de 2013, para implementação e produção de um projeto na região, com investimentos de R$ 2,5 bilhões em uma nova fábrica, o que poderia criar 2.500 empregos.
Segundo a assessoria de imprensa da GM, o Brasil estava na disputa com outros países para receber esses investimentos, que seriam destinados ao complexo de São José dos Campos, mas ainda não há definição em relação a isso. Os últimos investimentos na unidade foram feitos em 2008, no valor de R$ 800 milhões. “Nos últimos cinco anos não houve nenhum outro investimento, porque a empresa não teve as condições que precisava para garantir a sua competitividade no mercado e optou por investir em outras fábricas”.
O modelo Classic, cuja produção foi encerrada em São José, continuará sendo fabricado nas unidades de São Caetano do Sul, na região do ABC paulista, e de Rosário, na Argentina.
Amanhã (8), às 10h, os trabalhadores organizam uma assembleia na sede do sindicato, de onde sairão em passeata.