Governo federal lança operação para reduzir acidentes nas rodovias
3ª edição da Operação Rodovida será dividida em duas etapas. Começa nesta quinta (19) e termina em março de 2014
Sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
O ministério da Justiça lançou, nesta quinta-feira (19), a 3ª edição da Operação Rodovida. A ação, que conta com a participação de vários ministérios, tem como objetivo reduzir a gravidade dos acidentes de trânsito e o número de vítimas fatais.
As operações vão ocorrer entres os meses de dezembro de 2013 a março de 2014, em todo Brasil.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, disse que é preciso engajamento da população para diminuir a violência no trânsito. "É necessário que todos nós brasileiros, no governo ou sociedade civil, estejamos juntos nas perspectivas de reduzir acidentes para termos feriados e festas sem vidas perdidas, mas com alegria".
Segundo o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, o governo vem trabalhando para melhorar a situação nas estradas. “O governo tem feito a sua parte de políticas e ações, mas isso só não é suficiente se não houver adesão da sociedade para mudarmos esse quadro que nós temos no País. Nós trabalhamos para ter leis mais duras, no sentido de mudar a postura da sociedade".
A operação é baseada em um diagnóstico feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que detectou os 100 trechos mais perigosos das rodovias federais e seus respectivos índices de possíveis acidentes. Esse índice foi desenvolvido por estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da PRF. A atuação de fiscalização integrada será empregada com a realização de blitz em vias que servem de acesso a esses trechos.
Desde o início da Operação Rodovida, a taxa de mortes por milhão de veículos diminuiu 24,5%, apesar da frota de veículos ter aumentado 17,5%. As semanas de Natal, Ano Novo de 2010 e Carnaval de 2011 (período 2010/2011), último ano antes do início da Rodovida, registraram taxa de mortes por milhão de veículos de 13,5. Já na primeira edição, em 2011/2012, essa taxa reduziu para 10,6. Na edição seguinte, a taxa atingiu 10,2.
Fiscalização
A Polícia Rodoviária Federal prevê mais de 1.130 ações de fiscalização, nas quais serão utilizados 920 novos veículos e mais 130 radares móveis. Essas ações de fiscalização estarão voltadas para motociclistas, alta velocidade, ultrapassagem e consumo de bebida alcoólica.
Foram definidas parcerias com os Departamentos de Trânsito dos estados, Polícia Militar e órgãos de trânsito municipais.
Radares eletrônicos
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) possui 1.745 equipamentos que operam em todo o país por meio do Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), dos quais 821 barreiras eletrônicas, 789 radares fixos e 135 controladores de avanço de sinal. Do total, 279 estão nos 100 trechos mais perigosos detectados pela PRF.
Ainda para o próximo ano está prevista a execução de serviços de sinalização rodoviária, serviços relacionados à área de engenharia de trânsito e instalação de dispositivos auxiliares de segurança viária em 17 dos 44 trechos sob administração do DNIT. As intervenções fazem parte do Programa Nacional de Segurança e Sinalização Rodoviária (BR Legal), que também investirá em 2014, na implantação de sinalização turística.
As vias de acesso às cidades sedes da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016 receberão indicações especiais em inglês e espanhol, serviço que contemplará os polos geradores de turismo em todo o país. Além disso, cerca de dois mil pontos críticos de rodovias identificados pelas estatísticas de acidentes receberão sinalização ostensiva com pórticos em trechos urbanos e defensas metálicas em trechos com curvas mais acentuadas, o que aumentará a segurança para o tráfego.
Ações de conscientização
O governo também lançou a campanha chamada Resgate. É primeira em que os ministérios das Cidades e Transportes utilizaram imagens reais, em formato documental para um vídeo executado fora dos padrões das produções publicitárias tradicionais.
Vida no Trânsito
O ministério da Saúde desenvolve, em parceria com estados e municípios, o Projeto Vida no Trânsito. Uma das ações é a qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais. Com o banco de dados atualizado, é possível identificar os fatores de risco e os grupos de vítimas mais vulneráveis, como os motociclistas, assim como os locais onde o risco de acidente é maior. O projeto também prevê o financiamento de ações educativas em escolas, abordagem em bares e restaurantes, dentre outras.
Lançado em 2010 nas cidades de Curitiba, Palmas, Campo Grande, Teresina e Belo Horizonte, o projeto já apresenta resultados positivos, considerando a razão de mortalidade por 10 mil veículos. A maior queda foi observada na capital mineira com redução de 22,2% (5,5/por 10 veículos em 2010 para 4,4 em 2011), seguida por Teresina, com 20% (de 8,1 para 6,5) e Palmas 19,2% (2,5 para 1,9).
Com menor impacto, aparece Curitiba com queda de 4,4% e Campo grande com 2,8%. Atualmente, o Vida no Trânsito está presente em todas as capitais, no Distrito Federal, além dos municípios de Guarulhos e Campinas (SP), São Gonçalo (RJ), São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu (PR). No total, já foram liberados cerca de R$ 38 milhões para o projeto.
Outra frente do Ministério da Saúde para reduzir o número de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as sequelas decorrentes da falta de socorro precoce é o SAMU 192. O serviço está presente em 76% dos municípios que cortam os 100 pontos apontados pela PRF e funciona 24 horas por dia. Além de 40 centros especializados em atendimentos de trauma, A estrutura do SUS também conta com 30 hospitais que estão aptos para receber vítimas de acidentes de trânsito em municípios próximos dos trechos mais críticos das rodovias.