Marta reafirma compromisso com proteção do entorno do Teatro Oficina, em São Paulo

Ministra da Cultura se reuniu com Zé Celso. Expectativa é que no inicio do ano haja decisões concretas sobre transformação de terreno de Sílvio Santos em área pública

Por Rede Brasil Atual
Terça-feira, 3 de dezembro de 2013


A ministra da Cultura, Marta Suplicy, se reuniu hoje (2) com o teatrólogo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, e a diretora de produção Ana Rúbia, do Teatro Oficina. Segundo os artistas, ela reafirmou seu empenho na tentativa de tornar o entorno da sede do grupo no bairro do Bixiga, centro de São Paulo, um bem público.

“A reunião foi ótima”, definiu Ana Rúbia. “A própria ministra está cuidando pessoalmente do processo de tornar o entorno do Teatro Oficina uma área de interesse social, uma área pública.” O teatro está ao lado de um terreno do grupo Sílvio Santos, que tem interesse em construir um centro comercial no local.

Para os artistas, erguer um prédio desse porte ao lado do teatro traria prejuízos para sua arquitetura, de autoria de Lina Bo Bardi e tombada por órgãos de proteção de patrimônios históricos municipal, estadual e federal. Além de prejudicar a vista externa do prédio, também extinguiria uma vista interna que permitem a visualização da vegetação do terreno.

A campanha para a preservação do Oficina garantiu o reconhecimento do teatro como patrimônio federal em 2010, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que em seu laudo aponta a necessidade de se preservar o entorno.

Os artistas defendem que depois de ser transformado em bem público, seja construído nele um teatro de estádio, uma espécie de arena contínua ao Oficina. Na área, além de encenações, haveria uma escola de interpretação.

O Oficina foi fundado em 1958 por um grupo de estudantes da Universidade de São Paulo. Durante os anos 1960, o grupo revolucionou a dramaturgia do país com peças críticas à ditadura.

Mas só em 1982 a sede tomou as formas atuais, projetadas pela mesma arquiteta que realizou o Masp. O desenho do edifício segue as mesmos ideias do grupo: liberdade e interação. Não há palco, ou cortinas. E o público se divide em galerias formadas por arquibancadas ou pelo chão. Em 1984, “para salvá-lo” da especulação imobiliária, o teatro foi desapropriado pelo governo do estado e incorporado aos bens públicos, mas continuou sendo gerido pela Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, liderada por Zé Celso.




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