Fórum FPA 2013 - Ideias para o Brasil reúne mais de mil participantes em São Paulo

Fórum realizou, entre os dias 29 e 30 de dezembro, e 1 de dezembro, 40 atividades entre mesas, debates, colóquios e seminários

Por Fundação Perseu Abramo
Segunda-feira, 2 de dezembro de 2013


Os trabalhos do I Fórum FPA 2013 - Ideias para o Brasil, foram encerrados na tarde deste domingo, 1, em mesa coordenada por Artur Henrique, ex-presidente da CUT e diretor da FPA (Fundação Perseu Abramo). O Fórum reuniu, entre os dias 29 e 30 de dezembro, e 1 de dezembro, mais de mil participantes na capital paulista, em 40 atividades entre mesas, debates, colóquios e seminários.

Entretanto, conforme destacou Iole Ilíada, vice-presidenta FPA, e também presente na mesa de abertura, os trabalhos foram encerrados apenas em parte, pois “começa agora o desafio de levar ao partido, da militância aos dirigentes, todo o rico debate acumulado no Fórum – daí a importância de temos consolidado o debate em publicações, não apenas as apresentadas no espaço, mas em muitas outras que ainda estão em fase de preparação”. Iole também agradeceu aos participantes do evento e à comissão organizadora, pelo emprenho, destacados como fundamentais ao bom resultado da iniciativa.

O desafio de traduzir o rico debate acumulado e socializado no Fórum FPA em termos de ação política concreta também foi enfatizado por Marco Aurélio Garcia, que fez a palestra de encerramento do Fórum. Marco Aurélio reforçou o espírito da Convocatória do 5º Congresso Nacional do PT quanto à necessidade que se impõe cada vez mais ao partido de realizar um profundo balanço de sua trajetória, conquistas no presente (consolidados numa “narrativa própria”, para além do balanço do próprio governo) e desafios para o futuro, destacando o resultado do Fórum como subsidio a essa empreitada. Uma empreitada cuja reconhecida importância demandou, inclusive, a divisão do 5º Congresso em duas etapas: uma a se realizar agora em dezembro; e uma segunda que, espera-se, possa fazer este debate mais aprofundado em 2015, para além das demandas imediatas impostas pelo embate presidencial de 2014.

Esboçando este esforço de avaliação em sua fala, celebrou as mudanças implementadas pelos governos encabeçados pelo PT na última década, mas alertou também para o fato de que tais mudanças geram novas demandas e desafios, – fato apontado como evidente nas manifestações de junho. Para Garcia, elas exprimem um desejo de mudança e um “puxão de orelha” no PT e no governo, muito mais do que um movimento que se coloca contra o partido e os avanços da última década – como esperaram que acontecesse tanto as forças conservadoras, quanto as posições de esquerda que apostam no esgotamento histórico do PT como instrumento de mudança. Além disso, Garcia mencionou fatores que nos impedem de seguir avançando: a censura atualmente vigente na mídia – concentrada nas mãos de poucas empresas; o peso da burocracia governamental; e a lógica conciliatória imposta pelo arranjo político-econômico historicamente construído pelas elites no país.

Para Marco Aurélio Garcia, é neste quadro que se colocam os desafios que o PT é chamado a responder: “estamos sendo chamados a combinar ação e reflexão”, entendendo que este processo é conflito pois a produção do conhecimento e a ação política imediata são regulados por ritmos próprios. Neste esforço de análise, destacou não apenas a necessidade de melhor compreensão das mudanças nas quais o próprio partido e o governo são protagonistas, mas também as maneiras pelas quais as condições sobre de atuação podem ter mudado também o PT. Exemplo disto se coloca, para Marco Aurélio, na relação entre partido e governo na última década: ele pontua que a demanda por quadros partidários em nível institucional tem enfraquecido o PT enquanto organização partidária – uma organização que, apoiando o governo, precisa ter uma “narrativa própria” sobre esta experiência para contribuir, junto com os movimentos sociais, para o seu contínuo aprofundamento.

Entre outros elementos, Garcia lembrou que “embora sejamos um partido socialista, temos refletido pouco sobre o socialismo”, chamando a atenção para a necessidade de um balanço histórico mais aprofundado dessa questão no plano internacional e também para um “adensamento” das formulações estratégicas do PT – um partido cuja importância não se restringe ao Brasil, mas que possui responsabilidade com forças progressistas em todo mundo, junto às quais se reforçou como referência política diante dos avanços conquistados no último período.

Ao final, o presidente do Conselho Curador da FPA, Hamilton Pereira, destacou que o Fórum reuniu militantes de diversas regiões, e de diversas atuações, e que isto é fundamental para a vocação transformadora do PT. “Temos obrigação de dizer ao país o que vamos oferecer como resposta daquilo que a sociedade cobra de nós”, concluiu.




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