O deputado Luiz Couto (PT-PB) utilizou a tribuna nesta semana para condenar todas as formas de violência que tem ocorrido no nosso País, principalmente a violência provocada pela disputa política. “A violência é o que as sociedades carregam de pior”, afirmou. Ele aproveitou para registar matéria ‘Raio X da Matança Silenciosa’, do jornalista Leonêncio Nossa, do jornal Estado de S.Paulo, sobre o tema. “O levantamento, feito por Leonêncio, é uma mostra de que a política brasileira, nas pequenas e grandes cidades, ainda se move pela violência. Diz a reportagem que pelo menos 1.133 assassinatos ocorreram na base da pirâmide política nos últimos 34 anos, o que equivale a um crime a cada 11 dias no País”.

Luiz Couto explicou que ao longo de 17 meses o jornalista fez um levantamento dos homicídios ocorridos em 14 estados brasileiros. “O interessante é que essa pesquisa foca com destaque os crimes provocados pela disputa pelo poder político. São assassinatos cometidos para garantir espaço na máquina pública, vingar a morte de um aliado ou liquidar testemunhas”, frisou. Assim, acrescentou, “afirmo que os valores políticos, as decisões por nós combatidas, as lutas por nós travadas e as vidas por nós defendidas são destruídas por uma suja disputa de poder”.

Histórico - Para um raio X da política que se pratica pelo Brasil afora atingem todos os atores da política, de prefeitos a deputados, passando por vereadores, assessores, familiares, amigos e aliados. A barbárie atingiu 200 vereadores e até um senador. No levantamento, 13 pessoas foram assassinadas em disputas políticas só neste ano. Em 2012, foram 91 mortes, recorde em três décadas.

Consta também na pesquisa que alguns políticos chefiavam as quadrilhas de pistolagem no Nordeste. “É com isso que nós temos que acabar, com aqueles que acham que a atividade política é usada para encobrir crimes de pistolagem, de matança ou por questões políticas”, criticou. Luiz Couto questiona ainda se é esse o exemplo que queremos para o nosso País? E se é essa a representação que merecemos na democracia representativa? E acrescenta: “Não! O povo precisa de representação digna e não de aprisionamento voltado à violência ilegítima e estúpida”, afirmou.

O deputado finalizou afirmando que o que se espera é que “esta Casa possa ter representantes do povo que tenham ficha limpa, que tenham uma vida digna e que respeitem aquilo que é fundamental, a dignidade do ser humano”.