Câmara: Valmir Assunção registra condenação de ruralista por assassinato de agricultor
“O crime compõe o cenário de grande violência no campo vivido no período do governo Jaime Lerner, no Paraná, onde aproximadamente 16 trabalhadores sem-terra foram assassinados”, disse Valmir Assunção
Terça-feira, 26 de novembro de 2013
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) registrou em plenário a condenação do ruralista Marcos Prochet a 15 anos e nove meses de prisão por homicídio duplamente qualificado pelo assassinato do agricultor sem terra Sebastião Camargo durante um despejo ilegal, na cidade de Marilena, no Paraná, em 1998. O julgamento do ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), por júri popular, foi encerrado na última sexta-feira (22) no Tribunal do Júri de Curitiba.
“O crime compõe o cenário de grande violência no campo vivido no período do governo Jaime Lerner, no Paraná, onde aproximadamente 16 trabalhadores sem-terra foram assassinados”, disse Valmir Assunção.
Marcos Prochet é o terceiro condenado pelo assassinato do agricultor Sebastião Camargo. Em 2012, duas pessoas foram condenadas por participação no crime: Teissin Tina, ex-proprietário da fazenda Boa Sorte, onde o agricultor foi morto, foi condenado a seis anos de prisão por homicídio simples; e Osnir Sanches, condenado a 13 anos de prisão por homicídio qualificado e constituição de empresa de segurança privada, utilizada para recrutar jagunços e executar despejos ilegais.
Ainda de acordo com o deputado Valmir Assunção, em julho deste ano, o Ministério Público do Paraná também denunciou por suspeita de participação no crime o ruralista Tarcísio Barbosa de Souza, ex-tesoureiro da União Democrática Ruralista (UDR) e ex-vereador em Paranavaí pelo partido Democratas (DEM).
“É importante fazer esse registro porque se trata de uma violência no campo que vimos alertando com frequência aqui nesta Casa, que só revela a necessidade de cada vez mais se tornar ágil o processo de reforma agrária, de forma a se estabelecer a paz no campo, onde milhares de trabalhadores sem terras possam dispor, através da desapropriação de áreas improdutivas, de estruturas para produzir e se sustentarem com dignidade”, finalizou Valmir Assunção.