CNTT-CUT e Movimento

Juntas representarão sete milhões de trabalhadores assalariados e autônomos no Brasil

Por Viviane Barbosa, editora do Portal CNTT/CUT
Terça-feira, 26 de novembro de 2013


“Hoje é um dia histórico para o ramo dos transportes da CUT, com a unificação do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) à nossa Central nasce uma nova organização dos trabalhadores de cargas”. A frase é do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT/CUT), Paulo João Estausia, Paulinho, durante a abertura do 1º Seminário Nacional Transporte de Carga “Desafios para o desenvolvimento e para condições de trabalho dignas”, que acontece nesta sexta-feira, dia 22, no auditório do Sindicato dos Químicos de São Paulo. As duas entidades representarão cerca de sete milhões de trabalhadores assalariados (nos modais rodoviário, ferroviário, metroviário, portuário, marítimo, fluvial, aéreo e viário) e autônomos no Brasil de diversos setores de cargas, tornando-se uma das maiores categorias do ramo do transporte organizadas dentro da CUT.

Promovido pela Confederação e CUT, o evento conta com o apoio do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (SINDITAC), da Associação Nacional dos Caminhoneiros (ANTRAC), do Movimento União Brasil Caminhoneiro e da Bancada do Transporte Rodoviário de Carga (TRC).

O tema da união da Confederação cutista ao MUBC foi o destaque da mesa de abertura do 1º Seminário, que reúne lideranças sindicais, especialistas em transportes, logística e cerca de 200 dirigentes e caminhoneiros de várias cidades e Estados do País.

O Secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre, foi o mediador dos debates e salientou a importância da CUT promover este evento com as entidades deste setor. “Temos que aproveitar esta oportunidade para construir uma pauta em comum com todos os trabalhadores. A renovação da frota é uma experiência vitoriosa e todos nós temos que abraçá-la”, disse.

Nélio Botelho, presidente do MUBC, concorda e disse que a união à CUT representa um marco na representação sindical dos caminhoneiros. “Para mim é uma grande honra estar aqui. Somos a principal categoria que tem condições de parar o País e agora com a CUT teremos um poder extraordinário”, afirmou.

O líder do movimento disse que esta é uma oportunidade de a categoria reivindicar seus direitos, frisando que a sociedade tem que olhar para estes profissionais que vivem em uma espécie de submundo e destacou que a principal luta é em defesa das famílias dos caminhoneiros. “Tem gente que não conhece a cabine de um caminhão. Têm companheiros que só conseguem ver as suas famílias seis vezes por ano, queremos mudar esta realidade”, explica.

Paulinho, presidente da CNTT, complementou e ressalta que é fundamental avançar na Lei 12.619, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 2012, que regulamenta a profissão do motorista no Brasil. “A legislação é uma vitória para os profissionais do volante, mas é preciso implementar de fato alguns pontos dela como o controle de jornada, as questões de segurança, enfim, têm que melhorar as condições de trabalho de maneira geral para os motoristas”, conta.

O sindicalista, que também preside o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba, elogiou o papel do deputado federal, Arlindo Chinaglia, (PT/SP) em defesa da Lei. “De maneira muito inteligente, o deputado Arlindo foi um dos principais articuladores que construiu um debate de consenso entre os autônomos e os empregados”, disse.

Paulinho também salientou que as melhorias nas rodovias e a renovação da frota (logo mais o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, falará sobre o tema, acompanhe no Portal da CNTT) são outros temas relevantes.

O deputado Arlindo Chinaglia e o Coordenador Geral dos Químicos de SP, Osvaldo Bezerra, o companheiro Pipoca, também participaram da abertura do 1º Encontro Nacional do Transporte de Cargas da CUT.

Empreendedor também é trabalhador

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, participou da mesa de abertura do 1º Encontro Nacional do Transporte de Cargas vê com otimismo a unificação das entidades dos setores de transportes e afirmou que ‘a CUT tem que continuar evoluindo e se adaptar aos novos tempos’. “A CUT é um abrigo que os trabalhadores construíram para se organizar. Muitos me perguntam: empreendedores cabem na CUT? Eu digo que sim, porque eles são trabalhadores”, frisou.

Freitas falou ainda que a CUT não pode ser a Central de 30 anos atrás, hoje ela tem que estar inserida neste novo mercado de trabalho e atender aos vários nichos. “Sejam bem vindos e vamos continuar avançando na organização da classe trabalhadora”, finalizou.

Logo após a abertura, o dirigente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Altair Gomes Benites, falou sobre o funcionamento e o papel deste órgão regulador e o ex-secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes e consultor de logística da Fundação Perseu Abramo, José Augusto Valente, destacou dados da Confederação Nacional do Transporte. Acompanhe no Portal CNTT a cobertura destas mesas.

Renovação da frota

Na parte da tarde, os temas que serão debatidos no 1º Seminário Nacional do Transporte de Cargas, que acontece no auditório do Sindicato dos Químicos de São Paulo, são a renovação da frota, projeto pioneiro de iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que será apresentado pelo presidente, Rafael Marques. Esta mesa está sendo coordenada pelo presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres.

“Condições de trabalho e fiscalização” e “Experiências internacionais de regulação do trabalho” serão outros assuntos que serão debatidos até o final da tarde desta sexta-feira, dia 22. Os palestrantes serão Benedito Pantalhão, presidente da Associação Nacional dos Caminhoneiros (ANTRAC) e Fiorella Macchiavello do DIEESE. Acompanhe no Portal da CNTT/CUT a cobertura completa do evento.




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