CPI pede que PF investigue casos de desaparecimentos de meninas no Rio

De acordo com a presidenta da organização não governamental Portal Kids, Waltéa Ferrão que acompanha as mães nos últimos anos, as investigações foram interrompidas. Mesmo assim, segundo ela, com ajuda da polícia, a organização elaborou um dossiê com mais de 40 páginas

Por Agência Brasil
Segunda-feira, 25 de novembro de 2013


A Polícia Federal será acionada para auxiliar investigações de casos de desaparecimento de cerca de 20 meninas entre 7 e 13 anos no estado do Rio, em circunstâncias semelhantes. O pedido deve ser feito amanhã (26) pela comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, que investiga exploração sexual de crianças e adolescentes.

A informação foi dada hoje (25) pela presidenta da CPI, deputada Erika Kokay (PT-DF), que participou de audiência pública no Rio, para ouvir as mães das jovens. A suspeita da Promotoria Criminal do Ministério Público do estado é que os casos estejam relacionados e tenham um suspeito em comum, que já chegou a ser preso por envolvimento no desaparecimento de uma das meninas.

“Amanhã estaremos na Polícia Federal, com o diretor-geral, Leandro Daiello Coimbra levando esse caso, do Rio, e mostrando que até o momento, pelo o que conseguimos detectar, o estado não está dando as respostas necessárias. Vamos solicitar que a PF acompanhe”, declarou Erika Kokay à imprensa, após a audiência, realizada a portas fechadas para preservar os depoimentos.

A CPI também quer ouvir os delegados que investigaram os casos no Rio, mas que não chegaram a uma conclusão. De acordo com a presidenta da organização não governamental Portal Kids, Waltéa Ferrão que acompanha as mães nos últimos anos, as investigações foram interrompidas. Mesmo assim, segundo ela, com ajuda da polícia, a organização elaborou um dossiê com mais de 40 páginas.

“Os indícios apontam que os casos estão relacionados porque as circunstâncias dos desaparecimentos das meninas são as mesmas”, declarou. “O perfil das meninas era o mesmo, a abordagem pelo aliciador/sequestrador e o tipo físico também”, acrescentou. Segundo Waltéa, as investigações apontam como principal suspeito um funcionário da Marinha, que será acionada pela CPI.

Para as mães a CPI é buscar justiça.“Eles têm que me entregar minha filha. São cinco anos de busca, de idas e vindas, de portas fechadas. Não vou desistir até achar a Larissa ou encontrar o corpo. Não quero certidão de óbito. Quero saber o que aconteceu”, disse Raquel Gonçalves - mãe de Larissa Gonçalves.

De acordo com a relatora da CPI, deputada Lilian Sá (Pros-RJ) há diversos casos de desaparecimento de meninas no Rio sem solução. “Somem duas três meninas por ano no Rio, com o mesmo tipo físico, do mesmo jeitinho, e isso merece uma grande investigação”, afirmou.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública não comentou os casos. A Polícia Civil também informou que só se pronunciará depois de oficialmente convocada pela CPI.




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