Omissão dos tucanos: SP acuado pelo crime organizado

A sociedade paulista precisa retomar a serenidade e ver seus jovens na perspectiva do desenvolvimento profissional, humano, social e usando todo seu potencial criativo e revolucionário, próprio dessa fase, apostando na vida e no país

Por Luiz Claudio Marcolino
Sexta-feira, 22 de novembro de 2013


A falta de controle do sistema penitenciário de São Paulo deixou perplexa a sociedade paulista com a dimensão da facção criminosa PCC revelada em investigações conduzidas pela Polícia Federal e o Ministério Público Estadual.

Há muito tempo os governos do PSDB, na direção do Estado de São Paulo, têm sido omissos e ineficientes nas ações da gestão pública na instituição e fortalecimento dos equipamentos públicos que compõem a malha social de assistência, capacitação, apoio e desenvolvimento das comunidades, famílias, viabilizando o alcance da autonomia intelectual, econômica e social do indivíduo.

A concepção de Estado mínimo, levado a cabo pelos tucanos, se traduziu em fechamento de escolas, aprovação automática como método de ensino e desvalorização dos professores. Fatores estes que contribuíram para a violência nas comunidades escolares, acentuada pela presença de traficantes que buscam neste ambiente novos dependentes químicos e futuros integrantes de grupos criminosos.

Esta situação de descuido deixou abertas portas para a entrada do crime organizado nas famílias dos jovens carentes abandonados pelo Estado, ociosos, sem atividades e perspectiva, que tornaram-se alvo fácil do crime que seduz com a promessa de “status”, dinheiro, poder e diversão.

No vácuo da falta de educação, arte, cultura e esporte, parte da juventude de São Paulo tem elevado os números prisionais, onde são novamente lançados ao abandono e aí se veem reféns do crime organizado, que os arregimenta para atuar dentro e fora das cadeias.

Por outro lado, a política de segurança pública dos tucanos no Estado mantém fortes resquícios do modelo arcaico, truculento, do predomínio do uso da força bruta, que aterroriza principalmente o povo negro, pobre da periferia dos centros urbanos e há sinais de que essa prática já chegou às cidades do interior de São Paulo.

Concomitantemente à falta de controle e abandono das prisões, o governo de São Paulo tem desmontado o aparato de segurança do Estado, com baixos investimentos em recursos materiais, além do arrocho salarial que joga os trabalhadores em dupla jornada, patrocinada pelo Estado com a Operação Delegada.

Diante do flanco aberto, mais uma vez pela omissão dos dirigentes do PSDB, o crime organizado passou a cortejar agentes da segurança pública, o que possibilitou o crescimento da articulação e ação do PCC nas prisões de São Paulo.

Para mudar este quadro é premente a qualificação humanizada das polícias no Estado, na formação de profissionais mais preparados para mediação de conflito e maior proximidade para com a sociedade. É necessária a adoção de punição exemplar, aos casos de abusos, violência policial e marginalização de movimentos sociais, como visto no caso Pinheirinho, assim como são necessários preparo e ação preventiva, com uso de investigações e inteligência, para conter grupos motivados na violência e que vitimam a sociedade.

Por enquanto, o que vemos é um Estado acuado e desafiado pelo crime organizado, nas sucessivas gestões tucanas, que não oferecem sensação e nem a efetiva segurança à população.

A sociedade paulista precisa retomar a serenidade e ver seus jovens na perspectiva do desenvolvimento profissional, humano, social e usando todo seu potencial criativo e revolucionário, próprio dessa fase, apostando na vida e no país. Para isso, precisamos resgatar São Paulo do estado de abandono que os governos tucanos o colocaram.

* Luiz Claudio Marcolino é líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo




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