Debate em Bauru revela: Governo de São Paulo reduz gastos com políticas públicas de combate à Violência contra a mulher

Encontro, que está sendo realizado em diversas cidades do Estado de São Paulo, chama a atenção para que a sociedade organizada cumpra o papel de fiscalizadora e reivindicadora de ações do poder público

Por João Andrade - CUT Bauru
Terça-feira, 19 de novembro de 2013


Logo após a CUT ter realizado um grande debate sobre violência contra a mulher em Bauru, a noticia de mais um feminicídio na cidade retrata a triste realidade de milhares de mulheres em todo o país. Cátia Regina Lopes, de apenas 33 anos, foi assassinada na noite desta segunda-feira (18), após anunciar o fim do relacionamento.

Edvaldo Rubens Carvalho a matou com um golpe de faca no peito, que perfurou órgãos vitais, levando a vida de Cátia e a oportunidade de realizar o sonho de um recomeço. Órfãos, dois filhos, ainda bem pequenos, incapazes de entender o que realmente aconteceu com a mãe, se lançam à própria sorte no enfrentamento do mundo sem a companhia e o auxílio maternal.

O debate sobre violência contra a mulher, realizado nesta segunda-feira em Bauru, trouxe dados alarmantes. Além do crescimento das mulheres vítimas da violência, cresce também o feminicídio, quando o homem chega ao limite da violência e mata sua vítima. Na contramão da preservação da vida e dos direitos das mulheres, o Estado de São Paulo apresenta números que representam a total falta de interesse em melhorar os indicadores.

Segundo Sônia Auxiliadora, Diretora Executiva da CUT/SP, responsável pela Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora, de 2011 aos dias atuais a aplicação de verbas públicas estaduais destinadas para o combate à violência contra a mulher e o desenvolvimento de projetos capazes de dar maior autonomia às vítimas, tem sofrido queda assustadora.

O encontro, que está sendo realizado em diversas cidades do Estado de São Paulo, chama a atenção para que a sociedade organizada cumpra o papel de fiscalizadora e reivindicadora de ações do poder público para melhorar as condições de atendimento às vitimas.

Gisele Morete, presidenta do Conselho Municipal da Condição Feminina, relatou a luta do órgão para centralizar serviços e garantir o atendimento. "Não dá para as vítimas percorrerem toda a cidade em busca de atendimento. Estamos trabalhando para que todos os processos decorrentes à abertura do Boletim de Ocorrência, inclusive os exames de corpo-delito, sejam feitos nas dependências da própria Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher".

Já a presidenta do Conselho Municipal da Comunidade Negra, Professora Zezé, falou sobre a mulher negra que sofre, além da violência física, a causada pela discriminação de raça na vida e no mercado de trabalho.

Comunicação

A Secretária Estadual de Imprensa e Comunicação da CUT/SP, Adriana Magalhães, falou sobre a importância da comunicação social para o enfrentamento da grande mídia que está, de forma geral, alinhada aos projetos da classe dominante. Falou sobre o marco regulatória da Internet e do Projeto de Lei de iniciativa popular para a democratização dos meios de comunicação. Todos os presentes participaram do abaixo-assinado.

Ao final de sua exposição, a sindicalista chamou a atenção para os meios alternativos de comunicação e anunciou a intenção da Rede Brasil Atual de criar um jornal periódico para a cidade de Bauru.

Luta de classe

Além de convocar os homens para a responsabilidade do debate sobre o fim da violência contra a mulher, o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, apresentou um panorama das principais lutas da classe trabalhadora ainda em disputa em nosso país - o fator previdenciário e a extinção do Projeto de Lei 4330 da terceirização.

Participação

Várias associações de bairros, sindicalistas e membros de espaços de políticas públicas participaram do encontro. Trabalhadoras rurais de Duartina e uma caravana de sindicalistas de Jaú contribuíram para o caráter regional do evento. Para o Coordenador da Subsede de Bauru da CUT/SP, Chicão Monteiro, o evento fortaleceu a pauta do município para o fim da violência contra as mulheres.




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