Suplicy quer diálogo para controlar violência em protestos

O senador chamou os movimentos sociais aodiálogo para garantir o caráter pacífico das manifestações

Por Giselle Chassot - PT Senado
Quarta-feira, 30 de outubro de 2013


Diálogo. Essa, para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), é a solução para conter o clima de confronto entre policiais e manifestantes e deter a violência que tomou conta da maioria dos atos de protesto no País. Em discurso ao plenário, Suplicy repudiou todas as formas de violência, não só nos protestos, mas em declarações equivocadas de políticos que incitam o ódio, como a que ocorreu em Piraí (RJ), quando o vereador José Paulo Carvalho de Oliveira declarou que mendigo "deveria até virar ração para peixe".

Pacifista por definição, Suplicy disse que a violência nos protestos de rua está concentrada em "alguns jovens" e chamou os movimentos sociais ao diálogo para garantir o caráter pacífico das manifestações. Ele também expressou sua solidariedade ao coronel Reynaldo Simões Rossi, da Polícia Militar de São Paulo, espancado por manifestantes em ato no centro da capital paulista.

“Por mais que, em nosso País, as pessoas tenham críticas a quem quer que seja, se elas desejam que haja uma melhor representação – e isto é mais do que justo, então organizem-se para estar na vida política e expressar os seus desejos. Se avaliam que o processo de eleição precisa ser aperfeiçoado, com o que nós concordamos, então vamos aqui transmitir aos Deputados e Senadores o quão importante isso é”, disse.

E prosseguiu: “O direito de manifestação, de realizar passeatas, de protestar, é assegurado por nossa Constituição, mas quebrar coisas e veículos e destruir instalações do poder público ou da iniciativa privada não são direitos protegidos por nossa Constituição “, observou, defendendo a abertura de diálogo com os movimentos sociais e também colocou-se à disposição do município de Piraí para tentar encontrar outras formas de resolver os problemas sociais da região. “Me coloco à disposição se quiser que eu vá a Piraí, para persuadi-lo (ao vereador José Paulo de Oliveira) de que há outros caminhos.

Nessa terça-feira, em declarações à imprensa, o vereador recuou de sua declaração e disse que está disposto a se desculpar em público pelo que disse.

Lula
Citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, senador Suplicy destacou o caráter conciliador do pronunciamento feito pela manhã, durante as comemorações pelos 25 anos da Constituinte. “Ele (Lula) lembrou também do seu tempo de constituinte, da sua convivência, do quanto aqui aprendeu a dialogar com pessoas que pensavam de outras formas, inclusive alguns adversários e críticos de muito do que o Partido dos Trabalhadores defendia. Mas ele aqui expressou o quão importante é que pessoas que divirjam dialoguem e o quanto é importante, em meio às divergências, dialogar, conversar, até que se chegue a proposições que possam ser aceitas por todos os lados”, destacou.

Para Suplicy, em momentos de dificuldade, é importante para o Brasil que, “as pessoas possam expressar os seus anseios, como pelas Diretas Já, depois também por ética na política, e que essas manifestações se deem de forma não violenta”.

Espancamento

O senador demonstrou preocupação por situações-limite, como o espancamento do comandante da Polícia Militar Coronel Reynaldo Simões Rossi, responsável pela região central de São Paulo. “Por pouco, o Coronel Reynaldo Simões Rossi não foi submetido a um verdadeiro linchamento. Enquanto era levado para a sua viatura e para o hospital, o próprio Coronel disse a todos os seus comandados que mantivessem a calma e não permitissem que a tropa perdesse a cabeça”, recordou. Suplicy contou que ligou para o Coronel Reynaldo para prestar solidariedade.

“Eu tenho conclamado a todos para que sigam sempre os exemplos daqueles que propugnaram para que as grandes lutas pelas causas dos direitos humanos e pelas causas da realização da justiça, para que se possa promover efetivo sentimento de fraternidade e de solidariedade entre todos, sejam sempre caracterizadas pelas formas não violentas. Que todos sigam as lições de Leon Tolstoi, Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr para que não haja violência, o que vai prejudicar a construção de nossa Nação democrática”, concluiu.




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