Dirigente da CTB quer ampliar o debate sobre a igualdade racial

Uma das ações para abrir este diálogo com os movimentos sociais e sindicais será a publicação de uma revista, prevista para ser lançada no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro

Por Portal CTB
Terça-feira, 29 de outubro de 2013


Quem ouve a voz doce de Mônica Custódio não imagina que para contrariar o pai formou-se técnica em mecânica e a partir daí envolveu-se no mundo sindical onde encontrou espaço para lutar pela igualdade racial.

“Eu tinha que definir o que estudar e trabalhar e não queria fazer o que meu pai queria que eu fizesse então comecei a trabalhar em metalurgia”, lembra-se a também geógrafa, Mônica contou, durante a entrevista realizada pelo Portal CTB, que foi por meio de uma amiga que trabalhava no ramo que ela ingressou na atividade.

Com o riso fácil e o jeito extrovertido, a secretária de Políticas de Promoção de Igualdade Racial da CTB, militante da Unegro (União de Negros pela Igualdade) há mais de 20 anos, conta que em 1993, quando era a diretora do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, participou da fundação da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial na CUT “minha primeira ação na luta contra o racismo dentro do movimento sindical”.

A dirigente, que já atuou em diversas frentes como mulheres e juventude faz questão de afirmar que apesar dessa amplitude sua principal bandeira é a questão racial.

Com 42 anos, mãe de duas filhas a cetebista, que está terminando sua pós-graduação em políticas públicas, pretende, na CTB, ampliar a discussão em relação à luta antirracismo. Uma das ações para abrir este diálogo com os movimentos sociais e sindicais será a publicação de uma revista, prevista para ser lançada no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro.

“O Estado brasileiro tem uma dívida muito grande com a população negra, que é majoritária no país, e pensar em desenvolvimento é pensar em inclusão social”, expressou Mônica.

Sobre a participação das mulheres no sindicalismo, a secretária disse que a contribuição delas ainda é muito aquém do esperado e que mesmo quando há são poucas as que estão em condição de empoderamento. “Na história das centrais sindicais, qual você lembra ter sido dirigida por uma mulher”, questionou, Mônica frisou ainda que a população negra feminina no sindicato sofre a mesma realidade vivida mercado de trabalho e alertou "Às vezes, você acaba sendo apenas uma referência, mas qual é o debate?".

A cetebista destacou ainda o protagonismo da CTB na luta pelos direitos dos trabalhadores, ela acredita que nos próximos anos a Central irá potencializar suas ações e fortalecerá o movimento social. "Temos hoje um presidente que ainda é jovem e inegavelmente é negro, além disso sua origem política é do nordeste, onde a luta se estabelece de outra forma: É mais contundente, menos diplomática e isso capacita", concluiu.




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