Lobistas fechavam negócios entre Alstom e Governo de SP

Um email citado pela reportagem da Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (28) descreve uma mensagem do ex-presidente da Alstom José Luiz Alquéres, ressaltando a importância de quatro negócios específicos em São Paulo, referentes à reforma e o fornecimento de novos trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o sistema de sinalização para a linha 2 do Metrô

Por Brasil 247
Terça-feira, 29 de outubro de 2013


Graças ao conluio entre empresas, ao pagamento de propinas a funcionários públicos e políticos do PSDB e, principalmente, ao trabalho de um lobista, a Alstom conseguiu fechar todos os negócios considerados por ela estratégicos com o governo de São Paulo. De quatro grandes contratos, dois foram combinados entre empresas e deram à multinacional francesa um rendimento de R$ 1,5 bilhão, mais alto do que o esperado.

Um email citado pela reportagem da Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (28) descreve uma mensagem do ex-presidente da Alstom José Luiz Alquéres, ressaltando a importância de quatro negócios específicos em São Paulo, referentes à reforma e o fornecimento de novos trens para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e o sistema de sinalização para a linha 2 do Metrô. A expectativa de Alquéres era conseguir um faturamento de R$ 900 milhões (em valores da época, hoje R$ 750 milhões).

Acusado de ser o intermediador do pagamento de propinas, o lobista Arthur Teixeira, que atuou junto com o então diretor de transportes Paulo Borges, foi responsável pelo alcance de 100% das metas da empresa, que ia mal das pernas na divisão de transporte. O email de Alquéres, escrito em 2004, revelava que a companhia só havia atingido 11% das metas nos últimos oito meses. As propinas e o conluio com os governos da época – Mário Covas e Geraldo Alckmin, do PSDB – garantiram essa recuperação.

Os métodos usados para conseguir os serviços solicitados pelas empresas do governo paulista foram: combinação de preços entre os concorrentes antes da licitação, divisão de lotes e o acordo de que as companhias derrotadas seriam subcontratadas pelas vencedoras. O resultado das concorrências eram conhecidos pela diretoria dos participantes antes mesmo que o Metrô e a CPTM os tornassem públicos. A Alstom esclareceu à Folha que os contratos foram fechados por meio de licitação em que "são sempre respeitados os marcos legais aplicáveis".




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