Dilma: Legado será garantir educação da creche à pós-graduação
A presidenta fez ainda um balanço sobre a situação econômica do país e disse que o governo está atento à situação fiscal da economia
Terça-feira, 29 de outubro de 2013
A presidenta Dilma Rousseff voltou a defender nesta segunda (28) o modelo escolhido pelo governo para explorar o maior campo de petróleo já descoberto no país, o Campo de Libra, na camada do pré-sal. A uma plateia de líderes empresariais em evento de premiação promovido pela revista Carta Capital, a presidenta afirmou que o modelo de partilha adotado, o Brasil conseguiu fazer uma “prodigiosa alquimia” ao transformar petróleo em educação.
“O Brasil está realizando uma alquimia, uma prodigiosa alquimia ao transformar recursos naturais não renováveis em investimento naquele que é o principal ativo de qualquer povo, a educação. Garantir formação educacional adequada da creche à pós-graduação é esse o principal legado do nosso modelo de exploração do petróleo, o modelo de partilha”, disse.
Dilma lembrou que o modelo de partilha fará com que 75% das receitas do Campo de Libra sejam destinados ao governo e 25% às empresas que participaram do leilão. Como a Petrobras é uma das companhias participantes, as receitas com destinos aos cofres públicos chegarão a 85% dos cerca de R$ 1 trilhão que serão gerados nos próximos 35 anos em Libra.
“Vamos transformar isso em educação, saúde e investimentos de tecnologia”, disse Dilma, lembrando que das receitas recebidas pelo governo, 75% deverão ser investidos em educação e 25% em saúde.
A presidenta fez ainda um balanço sobre a situação econômica do país e disse que o governo está atento à situação fiscal da economia.
Ela lembrou que o IPCA, principal índice de inflação, está “bem mais comportado” e que a inadimplência apresenta tendência de redução. “Continuamos trabalhando para manter situação fiscal solida.”
Dilma ressaltou que o cenário externo, em especial as políticas de estímulo dos Estados Unidos, é motivo de incertezas, mas ressaltou que o Brasil tem hoje “instrumentos para enfrentar eventualidades”. Os dados sobre o crescimento da economia no quarto trimestre, disse, são “encorajadores”. “Nosso mercado interno continua dinâmico e atraente para quem quiser investir.”
Dilma lembrou que o governo combateu a inflação e a fez arrefecer, o que protegeu a renda do trabalhador. De acordo com ela, os índices de inadimplência têm mostrado tendência de redução, “abrindo espaço para que os bancos retomem a oferta de créditos em níveis mais elevados”.
Ela prometeu ainda que até 2014 a economia vai sentir os efeitos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado por ela, quando ministra da Casa Civil, sete anos antes. Dilma citou também os investimentos na área de saúde e classificou o programa “Mais Médicos” como “um passo importante” para garantir o acesso de um quarto da população a atendimento.
A mandatária brasileira listou os avanços sociais e econômicos acumulados pelo país desde o fim da ditadura. Para ela, o momento atual é de construção do consenso para “dotar o Brasil das condições de competitividade necessárias.” E citou a música O Que Foi Feito Devera, interpretada por Milton Nascimento e Elis Regina: “Se muito vale o já feito, mais vale o que será”. “Estou segura de que o Brasil do futuro será do tamanho dos nossos sonhos de hoje.”
Homenagens
Na abertura de seu discurso, a presidenta prestou uma homenagem às mulheres laureadas durante a premiação, entre as quais a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e a presidente do grupo Magazine Luiza, Luiza Trajano. “Estamos cada vez mais ganhando posições. Parabéns, meninas.”
Aos empresários da plateia, ela afirmou: “Em tempos de crise internacional, conquistar reconhecimento e admiração tem um valor especial e deve ser motivo de orgulho. Sem sombra de dúvida, apesar de todos os problemas, 2013 tem se mostrado um ano bem melhor para a economia brasileira”.