Macro Baixada sedia último debate entre candidatos à Presidência do PT-SP

Atividade encerra ciclo de atividades - com participação unânime dos presidenciáveis – debatendo as ações de combate à corrupção

Por Aline Nascimento, Portal Linha Direta
Sábado, 26 de outubro de 2013



O salão Hugo Scanavacca da Câmara Municipal de Cubatão foi palco do último debate entre candidatos à Presidência do PT Paulista neste sábado, dia 26. Escolhido pelos internautas do Portal Linha Direta, o tema corrupção comandou a discussão entre os presidenciáveis Misa Boito, da chapa Constituinte por Terra, Trabalho e Soberania; Licio Lobo, da Esperança é Vermelha; Carlão, representando a É pela Esquerda que Queremos São Paulo; Miranda, da Virar à Esquerda. Reatar com o Socialismo!; e Emidio de Souza, da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB). A mediação do evento foi feita pelo diretor da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador.

Assuntos como a reforma política, paridade de gêneros, leilão do Campo de Libras e a organização interna do partido para a disputa de 2014 também ganharam destaque na atividade que contou com cerca de 1.680 acessos simultâneos na TV Linha Direta. A retransmissão da atividade ocorre às 16 horas da próxima segunda, quarta e sexta-feira.

Em sua fala inicial, Misa chamou a atenção dos presentes para a necessidade de se repensar a política de alianças do PT. Além disso, cobrou um posicionamento da sigla diante de ações do governo, como no caso de Libras. “O governo fez o leilão, usou o Exército para garantir o sucesso da ação e assim cobrir o superavit primário, para fechar a conta”.

Ideia compartilhada por Lobo, que frisou o desgaste da oposição e o obrigatoriedade do partido em fazer contraponto a esse modelo. “O PT tem que se apresentar como alternativa muito clara e muito nítida a esse projeto tucano. Precisamos construir um segundo governo Dilma, muito superior ao primeiro”.

A questão da autonomia partidária foi lembrada por Carlão. “O partido abre mão de sua autonômia em função do governo, fazendo um discurso que ele está indo maravilhosamente bem e esquece de engrossar as ações que resultaram em nossas conquistas sociais”.

Já Miranda alertou para o papel dessa nova gestão à frente do PT. “Mais do que governar e administrar bem os recursos públicos – e nossas administrações nem podem ser comparadas com a direita –, nesse momento, temos que ganhar mentes e corações. Para isso, nosso discurso tem que estar em sintonia com o clamor das ruas, em especial com a juventude”.

Encerrando a primeira etapa do debate, Emídio declarou que sua postura durante essa disputa foi de defesa do PT e seu legado. “Não vim aqui para falar mal do PT, vim aqui para defender um governo que foi capaz de tirar 40 milhões de pessoas da pobreza absoluta, capaz de investir em pesquisas que descobriram o petróleo há sete quilômetros de profundidade. (...) O petista quer sim novo rumo, mas acredita naquilo que construiu”.

Corrupção

Miranda classificou como vergonhosa a postura do partido diante da Ação Penal 470 e a defesa dos companheiros acusados junto ao STF. “O PT se constitui o maior partido político do Brasil porque ousou. Porque aceitou ser ‘irresponsável’ desse ponto de vista”.

Misa declarou não ser “adepta da ética na política”. Segundo ela, esse é um discurso falso, puxado pela burguesia. “Quem está na defensiva na história da corrupção é a direita. A candidata afirmou ainda que a sigla teve atuação “tímida” diante de um escândalo de corrupção vivido em São Paulo, em referência clara aos casos Siemens e Alstom – ambos investigados pelo Ministério Público. “Corrupção e privatização são filhas da mesma mãe”, completou.

Lobo repetiu o termo timidez ao falar do PT diante desse processo. “Vamos sim defender os companheiros injustamente condenados – e isso parece que só vale dentro do partido. Mas é importante entender a origem desse escândalo que, para mim, está diretamente relacionado ao finânciamento público de campanha”.

Carlão reiterou a duas falas anteriores, mas assegurou que é necessário controle social sobre os investimentos públicos. Reforma política, fim do financiamento da campanha por meio do empresariado e o empoderamento do militante petista são os três eixos para garantir um política combativa diante da corrupção. “Recuperar o PT é a coisa mais moderna e mais importante que podemos fazer hoje. A Reforma Política é a ferramenta necessária para isso”.

Já próximo ao encerramento do debate, Emídio também colocou a Reforma Política como questão central no combate à corrupção. “Mas primeiro nós vamos precisar explicar o que é a Reforma para a população”. E completou: “Eu não vou dirigir para a minha corrente, não vou dirigir para quem votou em mim. Vou dirigir para todos”.




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