Acontece a partir desta sexta-feira (25) até o dia 10 de novembro, na cidade do Rio de Janeiro, a 22ª edição do Festival Panorama, que traz 23 atrações a preços populares por toda a cidade. Estão programadas apresentações de dança, performance, música, artes visuais e cinema, tudo com o foco no corpo como centro da arte.

Com um primeiro fim de semana ocupando todos os espaços da Cidade das Artes, na Barra; uma exposição performática (com duração de oito horas por dia), no Museu de Arte do Rio (MAR) e mais de 22 artistas internacionais em teatros e centros culturais cariocas, o festival traz nomes consagrados, como o grupo belga Rosas, o francês Xavier Le Roy e o espanhol Roger Bernat. Além de atrações para todos os gêneros, a programação traz, mais uma vez, o Panoraminha – espetáculos idealizados especialmente para o público infantil.

O Festival Panorama terá início na Cidade das Artes. A programação intensa terá seis espetáculos e performances por dia, ocupando os teatros, as áreas externas e jardins, com atrações que incluem piqueniques, oficinas, leituras e outras atividades durante todo o dia. O grupo Rosas, da Bélgica, é o principal destaque da abertura com Cesena, obra grandiosa com 19 bailarinos e cantores, ao vivo, que estreou no Festival de Avignon (FR) e agora chega ao Brasil. Fundada pela coreógrafa e bailarina Anne Teresa De Keersmaeker, a companhia belga é uma das mais prestigiadas no cenário internacional de dança.

Uma grande festa no sábado (26) marca a abertura da maratona artística que ocupará o MAR, o Parque Lage, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e a Casa França-Brasil, além dos teatros João Caetano, Carlos Gomes, Caixa Cultural e Sérgio Porto.

O ano de 2013 marca o centenário do balé A Sagração da Primavera, do bailarino e coreógrafo Vaslav Nijinsky (1890-1950) e do compositor Igor Stravinsky (1892-1971). O festival traz uma programação especial de obras que se inspiraram neste ícone do século 20: Xavier Le Roy usa a música como coreografia e Roger Bernat recria a versão de Pina Bausch para a Sagração, usando o público carioca como intérprete. Este percurso pelo século 20 continua com outros artistas da atualidade, que foram buscar nas peças ou movimentos artísticos das vanguardas da primeira metade do século sua fonte de inspiração.

Outra linha que atravessa a programação é a relação do corpo e do cidadão com a cidade e a ocupação do espaço urbano. Segundo Nayse López, diretora geral do Festival, a ideia é falar sobre isso propondo performances em paisagens urbanas, e que refletem sobre a construção social de nossa memória viva. Algumas estreias estão previstas para a abertura, na Cidade das Artes: João Saldanha, Gustavo Ciríaco e Denise Stutz repensam a arquitetura e os horizontes da cidade com três criações inéditas. Já a artista Marcela Levi propõe uma caminhada poética no Centro do Rio, onde o tempo acelerado de hoje freia para revelar uma relação de outra velocidade com a cidade.

No Parque Lage, uma mostra de trabalhos de seis artistas ibero-americanos marca a volta do projeto coLABoratório e repete o enorme sucesso das “Tardes no Parque”, onde a dança e a performance levam milhares de cariocas ao jardins e espaços da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, durante o segundo fim de semana do festival. O último fim de semana ocupa o eixo CCBB e Casa França Brasil com performances, música e uma mostra de filmes. A programação na Casa França é em parceria com o Happenings, evento de música e performances com curadoria de Batman Zavareze.

Além dos espetáculos e outras atrações, a edição deste ano do Panorama dedica dois momentos ao pensamento em dança e arte contemporânea. Um encontro universitário de três dias no OI Futuro Flamengo vai reunir dezenas de grupos de pesquisa em artes e descobrir novas práticas e desafios da universidade de hoje. Já no Museu de Arte do Rio, um seminário reunirá vários temas da programação numa série de encontros sobre documentação histórica e de dança, movimentos artísticos e movimentos sociais, com convidados nacionais e internacionais.

O Festival Panorama conta com a colaboração das seguintes instituições: Ministério da Cultura (MinC), Funarte, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura, Lei de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, Oi, Oi Futuro, Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Petrobras, Caixa Econômica Federal, Portugal Telecom, Museu de Arte do Rio (MAR) e Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Outros estados, além do Rio de Janeiro, também receberam as companhias internacionais. São Paulo recebeu o grupo Rosas, com o espetáculo Cesena e a francesa Olivia Grandville, nos dias 23 e 24 de outubro. A companhia portuguesa Real Pelágio, de Silvia Real vai, além de São Paulo, vai para Belo Horizonte e Fortaleza, e os artistas também portugueses Vítor Roriz e Sofia Dias passarão no Festival Contemporâneo de São Paulo e na Bienal de Fortaleza.